CNM: mais de um terço dos prefeitos mudou de partido para reeleição

Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (15/8) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que mais de um terço dos prefeitos aptos à reeleição no Brasil mudou de partido para disputar as eleições municipais deste ano.

Conforme os dados da entidade, 33,5% dos 2.753 prefeitos que podem se reeleger e que foram entrevistados informaram a mudança de partido visando a disputa eleitoral. Isso corresponde a 819 gestores.

Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, esse índice revela um cenário relevante, de intensa movimentação. “É um número gigante. Acho que nunca houve isso na história”, afirma.

O estudo ouviu 4.509 prefeitos entre o fim de julho e 13 de agosto. Desse total, 2.753 são reelegíveis e, entre esses, 2.443 (88,7%) disseram que pretendem tentar a reeleição.

Disputa entre partidos

Na concorrência entre as siglas, diante do cenário de mudança partidária, o PSD foi o partido que saiu com o saldo mais positivo. Apesar de 63 saídas, outros 189 prefeitos reelegíveis ingressaram no partido, gerando um saldo final de 126.

Ziulkoski cita a importância da articulação do presidente da sigla, Gilberto Kassab, mas menciona que o PSD mais cresceu nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia, o que sugere, na visão dele, a atuação decisiva, também, de líderes locais.

O ranking de saldo positivo, após mudanças partidárias, segue com MDB (+53), Republicanos (+40) e União Brasil (+30). O PT aparece em quinto lugar. O partido do presidente Luíz Inácio Lula da Silva perdeu nove prefeitos reelegíveis e ganhou 28 — saldo de +19.

Em seguida, vem o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. A sigla presidida por Valdemar Costa Neto perdeu 57 prefeitos reelegíveis, conforme o estudo da CNM, e ganhou 70, com saldo de +13.

Disposição de candidaturas por região

No comparativo entre as regiões do país, a que tem o maior percentual de intenção de candidatura entre prefeitos reelegíveis é a Norte, com 98% de respostas positivas. Em seguida, aparecem Nordeste (93%), Centro-Oeste (91%), Sudeste (90%) e Sul (80%).

Os prefeitos que informaram que não pretendem disputar a reeleição alegaram os seguintes motivos:

1: falta de interesse;

2: problemas pessoais;

3: acordo político-partidário;

4: impedimento por questões legais;

5: dificuldade na gestão; e

6: concorrer ou assumir outro cargo.