CNJ manda suspender perfis de juíza que apoiou atos antidemocráticos
Decisão do CNJ levou em consideração o post de desembargadora do TRF-1 que escreveu: “A verdadeira seleção está na frente dos quartéis”
atualizado
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O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou a suspensão dos perfis em redes sociais de Maria do Carmo Cardoso, desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), após a publicação de um texto que exalta os manifestantes antidemocráticos que protestam contra o resultado das eleições em frente a quartéis militares.
“Copa a gente vê depois, 99% dos jogadores do Brasil vivem na Europa, o técnico é petista e a Globolixo é de esquerda, nossa Seleção verdadeira está na frente dos quarteis”, diz o post foi feito na última sexta-feira (9/12), no Instagram.
O corregedor considerou que a atitude da desembargadora viola as normas disciplinares da magistratura. Salomão pediu que o Twitter e o Instagram suspendam os perfis e determinou a abertura de uma Reclamação Disciplinar para apurar a conduta da magistrada.
“Há urgência no bloqueio de conteúdo, inclusive para prevenir novos ilícitos administrativos ou eleitorais por parte da magistrada ora reclamada. A diplomação dos eleitos aos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República ocorreu nesta data (12/12), sendo necessária a manutenção da harmonia institucional e social até a data da posse. A conduta da desembargadora federal segue em sentido oposto, o que é expressamente vedado em se tratando de magistrados em atividade”, afirmou o ministro Luis Felipe Salomão na decisão.
A Constituição Federal e o código de ética da magistratura vedam aos juízes o envolvimento em atividades político-partidárias. Após a abertura da Reclamação Disciplinar pelo CNJ, a desembargadora do TRF-1 tem 15 dias para prestar informações sobre os indícios de irregularidades.