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CNI e Fiesp avaliam fechamento da Ford como sinal de alerta e pedem reformas

Entidades como CNI e Fiesp afirmam que o momento demonstra que é necessário reduzir o Custo Brasil

atualizado

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Divulgação/Ford
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1 de 1 ford1 - Foto: Divulgação/Ford

Entidades ligadas à indústria avaliaram o fechamento das fábricas da Ford no Brasil como um sinal de alerta para o setor industrial do país.

Os posicionamentos foram feitos após a empresa norte-americana anunciar, nesta segunda-feira (11/1), que encerraria a produção das três fábricas que ficam em solo brasileiro, nos municípios de Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). A razão alegada para o encerramento é o impacto econômico causado pela pandemia de Covid-19 e “anos de perdas significativas”.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou o fechamento das fábricas da Ford no Brasil como uma “péssima notícia”, e disse que a decisão deve servir como sinal de alerta para os governos federal, estaduais e municipais, a fim de permitir maior competitividade no setor industrial.

Para o diretor de desenvolvimento da CNI, Carlos Abijaodi, o encerramento das atividades da Ford deve chamar atenção dos governos para a criação de medidas que reduzam o “custo Brasil”. Ele cita a reforma tributária como uma das medidas prioritárias para a “redução do principal entrave à competitividade do setor industrial brasileiro”.

“O Brasil tem que lutar para melhorar sua competitividade, pois, além das fábricas, há toda uma cadeia automotiva que inclui redes de concessionárias, fornecedores de partes e peças e diversos outros serviços”, afirmou o diretor.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também avaliou o encerramento como uma “triste notícia” e ressaltou que o ambiente de negócios no Brasil deve ser aprimorado, com aumento na competitividade dos produtos brasileiros.

“A Fiesp tem alertado sobre a necessidade de se implementar uma agenda que reduza o custo Brasil, melhore o ambiente de negócios e aumente a competitividade dos produtos brasileiros. Isso não é apenas discurso. É a realidade enfrentada pelas empresas”, declarou a federação, em nota.

Assim como a CNI, a Fiesp alertou sobre a necessidade de “reformas estruturais”, citando a questão tributária do país e criticando a alta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em São Paulo.

“Precisamos urgentemente fazer as reformas estruturais, baixar impostos e melhorar a competitividade da nossa economia para atrair investimentos e gerar os empregos de que o Brasil tanto precisa”, afirmou a Fiesp.

Fechamento das fábricas

De acordo com a Ford, as unidades de Camaçari e Taubaté serão fechadas imediatamente, e a fábrica de Horizonte deve fechar as portas até o quarto trimestre de 2021.

Sobre as razões para o fechamento, a empresa citou o avanço da pandemia de Covid-19, que contribuiu para a “capacidade ociosa da indústria” e para a “redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”. Em nota, a organização afirmou que prevê impacto de US$ 4,1 bilhões (R$ 22,5 bilhões) em despesas.

A empresa também afirmou que irá trabalhar com sindicatos e parceiros para desenvolver um plano “justo e equilibrado” que minimize as consequências do encerramento da produção — isso inclui o amparo aos funcionários que ficarão desempregados.

A reportagem tenta contato com a organização para esclarecer quantos trabalhadores serão afetados pelo fechamento das fábricas, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto.

Crise no setor

Em dezembro de 2020, a Mercedes-Benz anunciou que encerraria a produção de automóveis na fábrica de Iracemápolis (SP), onde eram fabricados os modelos GLA e Classe C. Até outubro do ano passado, o número de funcionários com contratos suspensos fora das fábricas de veículos chegava a 7 mil.

A razão para o fechamento da unidade também foi a crise econômica que o país enfrenta desde o início da pandemia. As vendas de veículos novos caíram 26,16% em 2020, informou a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) em balanço divulgado na última terça-feira (5/1).

 

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