CNBB: vinhos usados nas missas não podem ter elo com trabalho escravo
CNBB divulga nota após vinícolas do Rio Grande do Sul contratarem empresa que utilizava trabalho análogo à escravidão na produção de vinhos
atualizado
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A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que recomenda a compra de vinhos de empresas que não possuem relação com trabalho análogo à escravidão. O texto faz referência à descoberta recente de pessoas em situação servil ligadas a vinícolas de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
A nota da CNBB ressalta que a Igreja tem a responsabilidade na compra do vinho canônico utilizado nas missas e que não podem tolerar “qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana”.
“No Brasil existem diversas vinícolas que oferecem vinho canônico. Desse modo, é recomendável que se busquem, para a celebração da missa, vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção”, pontuou a nota da CNBB.
Veja a íntegra da nota:
Relembre o caso
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou, no último dia 22, 206 trabalhadores em condição análoga à escravidão no Rio Grande do Sul. As pessoas eram contratadas pela Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda. de Pedro Augusto Santana para trabalhar nas vinícolas da região.
Entre as vinícolas responsáveis pela contratação dos trabalhadores para coleta de uva estão Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton. As vítimas denunciaram que sofriam extorsão, ameaças, agressões e torturas.
O resgate aconteceu após três trabalhadores fugirem do local e denunciarem as condições em que viviam à PRF. As vítimas eram recrutadas, principalmente, na Bahia com a promessa de um salário de R$ 3 mil.