metropoles.com

CNBB desmente aprovação de visitas íntimas a menores infratores

Medida teria sido decretada, supostamente, em resolução do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda), o qual a CNBB integra

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nesta terça-feira (22/12) uma nota negando a possibilidade de visitas íntimas a menores infratores. A medida teria sido decretada, supostamente, em uma resolução do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda), na última quinta-feira (17/12).

O Conanda é integrado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) e é formado por representantes do governo e da sociedade civil. O órgão ajuda na construção de políticas para a infância e adolescência, com o auxílio de organizações não governamentais (ONGs) e de instituições como a CNBB.

Nas redes sociais, a ministra Damares Alves, chefe do MDH, disse, nessa segunda-feira (21/12), que a resolução do Conanda permitia a “visita íntima a adolescentes infratores internos nas unidades socioeducativas”, e que trabalhava para derrubar a medida.

No entanto, segundo a CNBB, a resolução foi alvo de “interpretações distorcidas”. De acordo com a instituição, o documento do Conanda foi criado para tratar do Mecanismo Nacional de Combate e Prevenção à Tortura nas Instituições Socioeducativas.

De acordo com a CNBB, todos os pontos tratados na resolução foram “previstos anteriormente em leis federais”. A parte da resolução que trata de visitas íntimas a menores infratores havia sido descrita no artigo 68 da Lei nº 12.594, de 2012, conhecida como Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

Esse artigo prevê que a visita íntima seja permitida para “adolescentes casados ou que vivam, comprovadamente, em união estável”. Ou seja, a resolução do Conanda apenas descreve uma legislação já existente.

A nota da CNBB ressalta que, segundo o Código Civil, apenas pessoas com 16 anos de idade ou mais podem se casar, com a autorização dos pais. A instituição ressaltou também que “a atividade sexual com menor de 14 anos é considerada estupro de vulnerável e, portanto, crime”.

Veja a nota completa:

0487 – Nota Da Presidência Sobre a Verdade, A Democracia e a Vida by Rebeca Borges on Scribd

A CNBB afirmou ainda que as críticas levantadas são consequência de uma leitura deturpada da resolução e que o fato é “lamentável”.

“É necessário ler a resolução no horizonte em que foi pensada e aprovada. Outro tipo de leitura deturpa seu conteúdo e demonstra o desejo deliberado de desmoralizar os Conselhos de Políticas Públicas, instâncias indispensáveis em uma sólida democracia”, escreveu o conselho, em nota.

Além disso, a instituição disse que a “Igreja não se curva a disputas por poder nem aceita a manipulação da verdade”. “A CNBB, no cumprimento de sua missão e compondo o coro dos lúcidos, sempre manifestará sua ‘fraternidade e amizade social’ com os mais vulneráveis”, escreveu a organização, em nota.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?