CNA repudia pedido para suspender compra de carne brasileira pelos EUA
A entidade afirmou que a associação norte-americana está “desinformada” ou adota uma postura protecionista “sem nenhum caráter sanitário”
atualizado
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A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) criticou, nesta sexta-feira (1911), em nota com tom duro, o pedido feito pela National Cattlemen’s Beef Association (NCBA), uma das principais associações de produtores bovinos dos Estados Unidos, de suspensão da compra de carne bovina do Brasil.
A entidade brasileira afirmou que a associação norte-americana está “desinformada” ou adota uma postura protecionista “sem nenhum caráter sanitário”.
A associação de pecuaristas norte-americanos pediram na semana passada suspensão da importação ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, sob a alegação de falta de compromisso do Brasil em comunicar problemas sanitários à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Sem doenças
A CNA destacou que “o Brasil nunca teve qualquer caso de forma típica da Encefalopatia Espongiforme Bovina, o mal da vaca louca”. E que a legislação brasileira proíbe o uso de qualquer proteína animal na alimentação bovina, o que seria a única causa da contaminação da doença.
“Ao contrário do Brasil, os Estados Unidos apresentaram três casos típicos da doença nos anos de 2003, 2005 e 2012”, diz a nota.
“Em relação aos casos atípicos da vaca louca, o Brasil cumpriu todos os trâmites exigidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A OIE não notificou o Brasil sobre qualquer ação irregular cometida pelas autoridades sanitárias nacionais”, acrescentou.
A confederação brasileira frisou que o Brasil tem um forte sistema de defesa sanitária. “O trabalho é reconhecido pela própria OIE, que nos últimos anos concedeu ao Brasil o status de zona livre de doenças como a febre aftosa e de risco insignificante para a vaca louca.”
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, comercializando o produto in natura para mais de 100 países. “Esse número reforça a afirmativa de que cumprimos todas as exigências sanitárias firmadas pelos países que importam nosso produto”, concluiu.