CNA e outras confederações pedem rejeição da “MP do fim do mundo”
Além das confederações que representam a agricultura, indústria e comércio, cooperativas e o transporte disseram que MP ameaça empresas
atualizado
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As confederações nacionais da Agricultura e Pecuária (CNA), da Indústria (CNI), do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), das Cooperativas (CNCOOP) e do Transporte (CNT) se manifestaram contra a medida provisória (MP) 1.227/2024, editada pelo governo para mudar regras de dedução do PIS/Cofins, apelidada jocosamente por empresários de “MP do fim do mundo”.
Anunciada na semana passada, a MP foi a forma encontrada pelo governo Lula (PT) para compensar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de municípios com até 156 mil habitantes, mas vem sofrendo grandes críticas dos setores envolvidos.
Entenda as medidas para compensar a desoneração da folha de salários
Em nota, as confederações disseram ter consultado federações, sindicatos, empresas, entidades e cooperados e chegaram à conclusão de pedir a devolução ou rejeição da MP pelo Congresso Nacional.
“O objetivo da medida é arrecadar mais tributos dos contribuintes brasileiros. Não há, por parte do governo, uma preocupação mínima em adotar medidas que reduzam as despesas”, criticaram.
Segundo elas, a consequência da medida será a diminuição da competitividade dos produtos brasileiros, além de ameaçar a saúde financeira das empresas, os empregos e os investimentos, aumentar a insegurança jurídica e causar reflexos prejudiciais na inflação do país.
“Os setores da economia nacional aqui representados foram duramente atingidos por mais uma medida que revela a falta de diálogo por parte do governo com aqueles que produzem e geram emprego no país”, completaram.
Como mostrado pelo colunista do Metrópoles Igor Gadelha, o presidente Lula recebeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite desse domingo (9/6), no Palácio da Alvorada, fora da agenda oficial. A reunião, que durou mais de duas horas, foi justamente para discutir a medida.
Número 2 de Haddad no ministério, o secretário-executivo Dario Durigan acompanhou o ministro na reunião com Lula. No sábado (8/6), o secretário ouviu pessoalmente duras críticas à MP durante um fórum empresarial no Guarujá (SP).