Clube militar do Rio de Janeiro faz homenagem ao golpe de 1964
De acordo com o site do clube, almoço de comemoração ao golpe militar custa R$ 90 para associados e convidados
atualizado
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Nesta sexta-feira (31/3), o clube militar do Rio de Janeiro faz um almoço em homenagem ao golpe militar de 1964. Há 59 anos, João Goulart acabou deposto da Presidência da República, resultando na instalação de um regime de exceção antidemocrático. Como é de praxe, o evento anual costuma reunir generais da ativa e da reserva.
O que não se sabe é quantos oficiais da ativa vão comparecer neste ano, devido às ameaças de punição contra os entusiastas do golpismo. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que, “em sinal de novos tempos”, o Exército avisa que vai punir quem comemorar golpe.
Em sinal de novos tempos, Exército avisa que vai punir quem comemorar golpe de 64. Ignorar a data entre os militares da ativa é 1o passo pra que daqui a alguns anos não tenhamos que assistir o Clube Militar, onde estão os da reserva, fazendo almoço pró-golpe. #DitaduraNuncaMais
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) March 31, 2023
A posição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é diferente à do antecessor, Jair Bolsonaro (PL). À época, o Ministério da Defesa chegou a publicar uma Ordem do Dia com referência ao golpe, então classificado como “marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época”.
O Metrópoles questionou a Defesa sobre as comemorações e punições da data, mas não obteve retorno até esta publicação.
Quanto custa comemorar o golpe
De acordo com o site do clube militar, o evento intitulado “Movimento Democrático de 1964” tem um preço fixo para sócios e convidados: R$ 90 (bebidas inclusas).
“O Clube Militar convida para um almoço por adesão, com a finalidade de comemorar o 59º aniversário do movimento democrático de 1964”, informa o convite.
Apoio conjunto
Os clubes Naval e da Aeronáutica do Rio emitiram uma nota conjunta em apoio à data. “Os Clubes Naval, Militar e de Aeronáutico não poderiam deixar de estar alinhados com as Forças Armadas, às quais se vinculam por compromissos e ideais, para que o 31 de março de 1964 permaneça vivo na história”, diz texto.
Nota da Comissão Interclubes Militares sobre 31 de Março de 1964.https://t.co/IjyPh4044V pic.twitter.com/yqbp566X7p
— Braga Netto (@BragaNetto_gen) March 31, 2023