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Clima esquenta entre França e Boulos em debate em São Paulo

Candidato do PSB questiona currículo de Guilherme Boulos; psolista acusa França de fake news. Os dois brigam por ida ao 2º turno

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1 de 1 Debate Veja - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

São Paulo – Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSol) e Márcio França (PSB) trocaram ataques nesta sexta-feira (06/11) durante o debate realizado pela revista Veja. Empatados tecnicamente em pesquisa do Datafolha, os dois disputam votos da esquerda para conseguir uma vaga para o segundo turno.

Boulos cobrou um posicionamento de França sobre privatizações. “Na política e na vida, a gente precisa ter lado. Outro dia ouvi você dizer que não vai privatizar e que é contra privatizações, mas quando foi governador por um ano, [cargo] que o [Geraldo] Alckmin deixou para você, você privatizou a Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Eu queria saber qual é a sua posição”, afirmou o psolista, que escolheu o candidato do PSB para debater nas duas oportunidades que teve para fazer perguntas a adversários.

Ao defender a venda da Cesp e privatizações, dependendo do “momento”, França questionou a credibilidade e experiência do adversário. “Para você privatizar, tem que ter credibilidade (…) E para ter credibilidade é preciso ter experiência”, afirmou.

O candidato do PSB disse Boulos declarou em seu currículo possuir vínculo com uma faculdade, o que não seria verdade. Segundo matéria publicada pela Folha de S.Paulo, o psolista descreveu em um vídeo de sua campanha um vínculo atual como professor da Escola de Sociologia e Política que a entidade nega existir.

“Negócio meio torto, né? Pensei assim: será que o [presidente Jair] Bolsonaro leva ele para ser ministro, porque o Bolsonaro tem a mania de pegar uns caras aí que fazem os currículos meio tortos. Então assim: se um dia você quiser ser prefeito ou ocupar um cargo executivo, você tem que se preparar para isso”, disse França.

Boulos acusou o adversário de “espalhar fake news”. “Essa questão da escola está muito bem respondida, sou professor e dou aula e tenho vínculos com a escola”, afirmou.

Máfias

O candidato do PSol acrescentou que a “experiência” de França era ser “sócio” das máfias da merenda, escândalo revelado em 2016 na gestão Alckmin, do metrô e do Rodoanel. “Você era vice-governador o tempo todo, essa experiência eu quero longe de mim. A minha experiência está do lado da Luiza Erundina (candidata a vice), que foi a melhor prefeita que essa cidade já teve”, disse.

França chamou Boulos de irresponsável depois de ouvir as acusações. “Você sabe que eu sou avô, eu tenho 40 anos de vida pública, eu não respondo a um processo criminal. Não é bacana isso? Você tem um monte de processo na sua vida”, afirmou.

Os dois candidatos também partiram para o embate ao discutir a questão da habitação.

Boulos acusou França de ter consentido com o despejo de moradias populares em 2018, quando ele era governador.

“Não, Boulos, isso que diferencia nosso jeito de pensar. Quem despejou foi a Justiça, e se despejou algum motivo tinha. Essa é a diferença entre o seu posicionamento e o nosso”, negou França, referindo-se à participação de psolista em movimentos pelo direito à moradia.

Na réplica, Boulos disse que o problema de França era ficar “em cima do muro”, tentando agradar a todos, e, às vezes, até faltar com a verdade. “Porque não foi por ordem da Justiça, foi pelo próprio governo do estado que entrou nas áreas. Uma coisa é ordem da Justiça, outra coisa é quando o próprio governo do estado pede para despejar”, afirmou.

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Guilherme Boulos (PSol)
Márcio França (PSB)
Jilmar Tatto (PT) indo a debate promovido pela revista Veja
Joice Hasselmann era deputada federal pelo PSL
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