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Cliente processa farmácia por cadastrar seu nome como “Gaylileu”

O estrategista Galileu Nogueira diz ter sido vítima de homofobia na Droga Raia; “ser gay é motivo de piada?”, questionou

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1 de 1 Foto-Galileu-acusa-drogaria-de-homofobia - Foto: Reprodução/Instagram

São Paulo – O estrategista Galileu Nogueira denunciou nessa segunda-feira (28/3) que foi vítima de homofobia praticada por funcionários da rede Raia Drogasil em São Paulo. O relato em seu Instagram viralizou.

O rapaz revela que processou a gigante varejista de produtos farmacêuticos depois que o seu cadastro na empresa foi alterado para “Gaylileu”, o que fez com que ele passasse a receber mensagens pelo celular de promoções com essa denominação pejorativa.

“Sempre recebi SMS da Droga Raia com promoções e era costume vir meu nome escrito para dar um tom mais pessoal a mensagem. Acontece que um funcionário resolveu fazer ‘uma graça’ com minha orientação sexual depois do dia 13/1/2021, afinal, ser gay é ser motivo de piada, né?”, afirmou em um dos posts no Instagram.

Ele alega que passou a ter seu nome impresso como “Gaylileu” em cupons de desconto. Até que um dia, em visita a uma loja da rede, ele diz que um funcionário, “em tom constrangido”, perguntou: “Seu nome é Gaylileu mesmo?”. O rapaz disse que ouviu uma risadinha “discreta” ao fundo.

Ele contou que ignorou as sucessivas abordagens, até que constatou que havia uma “comunicação violenta no trato da marca” e decidiu agir.

Galileu diz que, por trabalhar com o propósito de criar marcas mais humanas e responsáveis, decidiu abrir uma denúncia no canal de ética da rede. Mas ficou dois meses sem resposta, até que recebeu uma ligação pedindo “mil desculpas e meu endereço para enviar alguns produtos como foram de retratação”.

“Nunca recebi”, diz ele. Nogueira alega que também questionou a empresa para saber como sua denúncia foi tratada, mas obteve respostas de que as decisões eram confidenciais.

Pela falta de ações, ele relata que resolveu processar a empresa, com um pedido de indenização por danos morais e a exigência de um treinamento sobre homofobia para funcionários da rede, além de uma retratação.

O processo ainda está em andamento. O estrategista diz que recebeu, na semana passada, uma proposta de indenização de R$ 5 mil em uma audiência de conciliação, mas recusou.

A companhia também teria pedido a ele que sugerisse qual tipo de treinamento poderia ser dado aos funcionários. Nogueira afirma que solicitou à empresa que desses dois treinamentos: contra a homofobia e sobre a importância do respeito ao nome social do consumidor.

Procurada, a Raia Drogasil alegou que repudia “veementemente a homofobia” e que pede desculpas pelo que aconteceu com Nogueira. Confira a íntegra da nota:

“A Droga Raia repudia veementemente a homofobia. Reconhecemos e lamentamos o transtorno que o Sr. Galileu sofreu. Pedimos desculpas pelo o que aconteceu. Enfatizamos que, assim que ficamos sabendo da troca do nome, um ano atrás, corrigimos o cadastro imediatamente e informamos o Sr. Galileu que o nome foi corrigido e revisamos os procedimentos internos. Durante estes doze meses sempre estivemos abertos para o diálogo. Tentamos chegar a um acordo em relação à indenização solicitada, mas não obtivemos êxito e continuamos  abertos ao diálogo. A Droga Raia é integrante do Fórum de Empresas e Diretos LGBTI+ e fazemos questão de divulgar internamente para os nossos 50 mil funcionários que a empresa respeita a comunidade LGBTI+, assim como divulgamos o compromisso público de ter um ambiente livre de discriminação presenciada ou vivida nas nossas farmácias, escritório e centros de distribuição, alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU (ODS) contra a discriminação de Pessoas com Deficiência, LGBTI+, negros, sêniores 60+ e mulheres”. 

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