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Cirurgia estética: PCGO apura caso de mulher que perdeu parte do nariz

O caso foi registrado pela corporação como lesão corporal culposa e os envolvidos foram intimados a comparecer à delegacia

atualizado

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cirurgia plastica nariz necrose goias (2)
1 de 1 cirurgia plastica nariz necrose goias (2) - Foto: Arquivo pessoal

Goiânia – A Polícia Civil deu início à investigação da denúncia feita pela esteticista Elielma Carvalho Braga, de 37 anos. Segundo a mulher, ela perdeu parte do nariz após uma cirurgia estética realizada por um dentista, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital goiana.

O caso foi registrado como lesão corporal culposa. Tanto a mulher quanto o profissional responsável pelo procedimento foram intimados a comparecer na delegacia nessa sexta-feira (8/7).

O procedimento cirúrgico foi realizado em 2020, no entanto, Elielma só registou o boletim de ocorrência, no 1º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia, nesta quinta-feira (7/7). Segundo a delegada responsável pelo caso, Luiza Veneranda, a mulher foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exames. Os laudos devem ser anexados no processo.

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Esteticista entrou na Justiça contra dentista que fez procedimento
Mulher perdeu parte do nariz após cirurgia plástica
Elielma teve necrose no nariz após cirurgia
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Mulher passou por diversas cirurgias para melhorar aparência do nariz

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Esteticista entrou na Justiça contra dentista que fez procedimento

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Mulher perdeu parte do nariz após cirurgia plástica

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Elielma teve necrose no nariz após cirurgia

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“Hoje todo mundo praticamente não usa máscara, mas eu preciso usar. Deus me livre a pessoa ficar olhando e perguntando, porque é assustador. Quando me olho no espelho é assustador. Não é fácil”, contou Elielma ao Metrópoles.

Alectomia

A cirurgia estética que Elielma passou foi a alectomia, um procedimento que reduz as chamadas “asas nasais”, deixando o nariz menos largo. A cirurgia foi feita pelo dentista Igor Leonardo Nascimento em julho de 2020.

Ao portal G1, o homem disse que o problema da paciente não foi decorrente da cirurgia, e sim de uma síndrome desenvolvida pela paciente após uso de medicamentos, o que teria causado a necrose. Ainda segundo ele, deu todo atendimento necessário a Elielma.

No entanto, qualquer profissional que não seja médico é proibido de realizar cirurgias no nariz. Dentistas podem fazer algumas cirurgias na face, mas o Conselho Federal de Odontologia proibiu expressamente a realização de alectomias por dentistas.

Dor e trauma

Logo após a cirurgia, parecia que estava tudo bem. Elielma foi para casa se recuperar e tomou alguns medicamentos para dor e um antibiótico. No entanto, cerca de uma semana depois, ela começou a passar mal e sentir fortes dores.

A mulher procurou um hospital e passou a ser acompanhada por um médico cirurgião. Isso porque houve a necrose do tecido do nariz dela. Elielma perdeu parte do nariz e ficou com essa parte do rosto bastante deformada.

“Já passei por mais de 13 cirurgias, inclusive enxerto. Retiraram parte da cartilagem da minha orelha. Ficou um espaço sem nada no nariz. Hoje só consigo respirar com dilatador, porque a narina fecha do lado esquerdo. Até minha fala é ofegante. Não consigo trabalhar mais como esteticista com trauma”, contou Elielma.

Justiça

Em novembro de 2020, a esteticista entrou na Justiça pedindo uma indenização por dano moral, já que teve “sequela estética grave, em razão da imperícia do profissional odontologista e especialista em estética”, segundo o advogado de Elielma.

O caso tramita na 3ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) em Aparecida de Goiânia.

No processo, o dentista Igor Leonardo negou que houve imperícia ou imprudência. A defesa do profissional alegou que a paciente não teria seguido recomendações de higienização no pós-cirúrgico, o que teria provocado a necrose.

Procurado pela reportagem, Igor defendeu que não foi a alectomia que gerou o problema e sim uma síndrome chamada Nicolau, que é uma complicação rara. Ele também disse que se sensibilizou com a situação da paciente e a ajudou financeiramente. “Infelizmente, nós profissionais da área estamos sujeitos a intercorrências que não são da nossa vontade”, disse o dentista.

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