metropoles.com

Ciro Nogueira termina depoimento sobre ação de embaixadores no TSE

O ex-ministro de Bolsonaro participou de oitiva em ação que pode deixar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro - Metrópoles
1 de 1 Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro Ciro Nogueira (PP) prestou depoimento nesta quarta-feira (8/2), em ação que investiga o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder político e de uso indevido de meios de comunicação. Em reunião com embaixadores de países estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, Bolsonaro teria levantado suspeitas sobre as urnas eletrônicas.

A oitiva, realizada por videoconferência, começou por volta de 11h e terminou por volta de 12h. Nogueira falou na condição de testemunha da Jair Bolsonaro. O conteúdo do depoimento não foi divulgado.

Às 14h, foi realizada oitiva com Flávio Rocha, ex-secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência.

Os depoimentos ocorreram no âmbito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) contra o então candidato à reeleição à Presidência da República Jair Bolsonaro e Walter Souza Braga Neto, candidato a vice na mesma chapa presidencial em 2022.

Na ocasião, Bolsonaro levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas, atacou o processo eleitoral, repetiu argumentos já desmentidos por órgãos oficiais diante da comunidade internacional.

Ex-ministro das Relações Exteriores, Carlos França também prestou depoimento no TSE, em 19 de dezembro de 2022. Os novos depoimentos ocorrem no mesmo dia que atos antidemocráticos que provocaram a destruição das sedes dos Três Poderes completam um mês.

Depoimento

Ao Metrópoles, aliados do ex-ministro afirmaram que um dos pontos citados por ele foi o governo de Dilma Rousseff. Nogueira utilizou do argumento de que Dilma também havia convocado uma reunião “do mesmo tipo” com os embaixadores, à época do impeachment da petista.

Em 2016, a ex-presidente foi destituída do cargo a sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas “pedaladas fiscais”.

A reunião citada por Nogueira ocorreu em março de 2016, dois meses antes do impeachment. Na ocasião, Dilma reuniu 150 embaixadores estrangeiros em Brasília. Além dos representantes estrangeiros, advogados e juristas contrários ao impeachment também participaram. No entanto, em oposição ao que foi feito por Jair Bolsonaro, a presidente da época não fez impôs críticas ao sistema eleitoral ou questionou o resultado das urnas.

Esforço

O andamento faz parte de um esforço da Corte Eleitoral para julgar a ação que, no caso de condenação, pode deixar Bolsonaro inelegível por oito anos. O esforço dentro do TSE é para que Bolsonaro seja julgado até maio.

Nesse mês, o vice-presidente da Corte Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski, vai se aposentar. Ele deixa o cargo, e Kássio Nunes Marques assume o posto. O temor é que Marques, indicado por Bolsonaro, peça vista da ação e trave o julgamento por tempo indeterminado.

É dentro também dessa Aije que o corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral e relator da ação, ministro Benedito Gonçalves, manteve anexada a minuta de decreto com plano para golpe de Estado, encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Gonçalves negou pedido da defesa do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) para excluir o documento da ação contra ele. A depender do julgamento na Corte Eleitoral, Bolsonaro pode ficar inelegível por 8 anos.

Multa

Em setembro de 2022, o TSE reconheceu a prática de propaganda antecipada irregular por parte do então candidato à reeleição Jair Bolsonaro na reunião com embaixadores, realizada no Palácio do Planalto, em julho. Os ministros o condenaram, por unanimidade, a pagar multa de R$ 20 mil.

Na decisão, a Corte considerou que o ataque ao órgão e ao sistema eletrônico de votos “são pautas da campanha eleitoral de Bolsonaro e, por isso, evidenciam o caráter eleitoral e a propaganda eleitoral antecipada”. Além disso, os ministros afirmaram que houve ofensa à resolução do TSE porque o candidato “promoveu a desinformação e desacreditou o sistema eletrônico de votação”. O julgamento foi realizado por meio do plenário virtual.

Condutas ilícitas

Entre as condutas ilícitas praticadas nas campanhas eleitorais e que conduzem à inelegibilidade do candidato por oito anos, conforme a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010), estão o abuso do poder econômico e o abuso do poder político.

O abuso de poder, conforme define a lei, é a imposição da vontade de um sobre a de outro, tendo por base o exercício do poder, sem considerar as leis vigentes. O TSE exige, para que fique comprovado o abuso de poder, provas concretas e indiscutíveis sobre os fatos denunciados como abusivos.

O abuso do poder econômico em matéria eleitoral é o uso excessivo, antes ou durante a campanha eleitoral, de recursos financeiros ou patrimoniais buscando beneficiar candidato, partido ou coligação, afetando, assim, a normalidade e a legitimidade das eleições.

Já o abuso do poder político ocorre nas situações em que o detentor do poder vale-se de sua posição para agir de modo a influenciar o eleitor, em detrimento da liberdade de voto.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?