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Ciro Nogueira quer incluir governadores e prefeitos na CPI da Covid

O presidente do Progressistas é um dos principais aliados de Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso

atualizado

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Geraldo Magela/Agência Senado
Senador Ciro Nogueira (PP-PI) em comissão no Senado. Ele aparece falando ao microfone e mexendo em papéis, de terno azul escuro - Metrópoles
1 de 1 Senador Ciro Nogueira (PP-PI) em comissão no Senado. Ele aparece falando ao microfone e mexendo em papéis, de terno azul escuro - Metrópoles - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), disse nessa sexta-feira (9/4) que vai sugerir aos colegas senadores que o escopo da CPI da Covid alcance governadores e prefeitos. “Vou propor”, disse ele ao Estadão.

Ciro é um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. O chefe do Executivo também tem defendido a inclusão de governadores e prefeitos na investigação que o Senado deve abrir sobre a omissão do governo federal na pandemia do novo coronavírus.

O senador faz oposição ao governador do Piauí, Wellington Dias (PT). Antes aliados, Ciro e Dias romperam no ano passado com a aproximação do presidente do Progressistas de Bolsonaro.

O líder do DEM, senador Marcos Rogério (RO), também é contra a instalação da CPI. Mas discorda do governo por acreditar que é difícil incluir prefeitos e governadores na mira da comissão.

“O fato determinado tem de estar presente no pedido. Não há possibilidade de você fazer alargamento de escopo de CPI se não tiver isso presente no pedido”, afirmou Marcos Rogério.

Já o ex-presidente do Senado e líder da Maioria, Renan Calheiros (MDB-AL), não vê problema na inclusão de governadores e prefeitos como alvos da CPI. O filho do senador é Renan Filho (MDB), governador de Alagoas.

“Ela [CPI] tem que iluminar os porões da pandemia. Se houver responsabilidade, seja onde for, tem que levantar. O papel é esse de CPI, é iluminar. Não instalar a CPI é tornar o Senado cúmplice desse morticínio”, observou.

Renan já passou por situação semelhante à que vive o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Ao mandar Pacheco abrir a CPI da Covid para investigar a condução da pandemia pelo governo Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso reeditou um roteiro traçado pela Corte em 2005.

Na ocasião, por 9 votos a 1, o Supremo determinou a Renan, que presidia o Senado, a instalação da CPI dos Bingos para investigar o escândalo envolvendo Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado de receber propina de bicheiros para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002.

Pacheco pretende ler a solicitação para criar a CPI na semana que vem. Depois disso, os partidos terão de indicar os integrantes.

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