Ciro: “Bolsonarismo boçal e lulopetismo corrompido levarão grande surra”
Ex-ministro e presidenciável em 2018 não cede a apelos para amenizar o tom em nome de uma Frente Ampla em 2022
atualizado
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São Paulo – O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta segunda-feira (09/11) que, considerando o cenário atual, o bolsonarismo e o PT sairão derrotados das eleições municipais deste ano. Na visão do político cearense, há indícios de que o eleitorado brasileiro está banindo “esses dois extremos” em busca de alternativas para resolver problemas cotidianos e também por posicionamento político.
“Está muito cedo ainda, falta uma semana, mas parece que o bolsonarismo boçal e lulopetismo corrompido vão levar uma grande surra no Brasil inteiro a preço de hoje. Isso quer dizer que o eleitorado brasileiro, em sua esmagadora maioria, como segunda razão do seu voto está banindo esses dois extremos. O primeiro motivo é a água, é a luz, é o telefone, moradia, ônibus. A segunda é um posicionamento político”, afirmou Ciro.
O ex-presidenciável citou candidatos que aparecem à frente de bolsonaristas e petistas ou com chances de ir ao segundo turno, como Márcio França (PSB), em São Paulo; Martha Rocha (PDT), no Rio de Janeiro; Alexandre Kalil (PSD), em Belo Horizonte; Bruno Reis (DEM), em Salvador; João Campos (PSB), em Recife; e José Sarto (PDT), em Fortaleza. “Você vai ver é o PT e bolsonarismo boçal saindo dos lugares mais importantes (…) Eu estou feliz da vida, até aqui”, disse Ciro.
Embora tenha vindo pessoalmente declarar apoio à candidatura de França à Prefeitura de São Paulo, Ciro disse entender que é uma eleição municipal, negando interesse para a disputa presidencial de 2022.
França, que tem como vice Antônio Neto, do mesmo partido de Ciro, vem se posicionando como um candidato sem “padrinhos”, enquanto Celso Russomanno (Republicanos) cola sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) tem apoio do governador João Doria.
“Se você olhar em Fortaleza, de onde é o meu título de eleitor, nós entendemos que o debate é uma eleição municipal. É o Lula todo dia na televisão, o (Sergio Moro) entrou na televisão no Ceará, o (presidente Jair) Bolsonaro entrou na televisão no Ceará, e eu não vou. Eu não vou deixar que eles distraiam o povo de Fortaleza”, afirmou Ciro, ao ser questionado por jornalistas se houve algum acordo com França para que a sua imagem fosse incorporada agora na campanha.
Ciro defendeu a postura de França em se concentrar nas questões da gestão municipal, sem nacionalizar a campanha. “Acho que o Márcio está coberto de razão. Tem que trazer o assunto para discutir se a prefeitura daqui está acertando a mão. E se não está que tipo de mudança São Paulo vai fazer. É em nome de um speaker de TV, de um animador de auditório, ou é preciso muita experiência, muita segurança, capacidade de dialogar?”, afirmou.
Sobre o apoio de Bolsonaro a Russomanno em São Paulo, Ciro não mediu palavras: “Bolsonaro é um idiota, e o Russomanno não é do ramo. “O Russomanno vive de explorar essa popularidade que a televisão dá, ele está aí nos programas popularescos, mundo cão, e acha que isso vai transformar o povo em idiota. Isso é muito bobo, porque nunca será assim que o povo vai votar”, acrescentou.
Ciro também disse que o atual presidente vai “levar uma sova” nas eleições e grandes centros. “O Bolsonaro é um imbecil completo. Por quê? Porque vai levar uma sova grande em São Paulo, outra grande no Rio de Janeiro. Em Minas Gerais, não está vendo nem o azul. Não se apresentou no Rio Grande do Sul, não se apresentou nem no Sul, onde ele tem força. No Nordeste brasileiro, ele não vai levar em canto nenhum”, emendou.