Cineasta brasiliense René Sampaio é alvo de operação da Polícia Federal
Produtora de filmes do diretor de Faroeste Caboclo tornou-se alvo de mandado de busca por contrato firmado com prefeitura de Niterói
atualizado
Compartilhar notícia
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta quarta-feira (16/12) a Operação Transoceânica, para investigar possíveis irregularidades na contratação de empresa de engenharia para a obra do BRT Transoceânica Charitas-Engenho do Mato.
O cineasta brasiliense René Sampaio também é alvo da operação, devido ao contrato que sua produtora de audiovisual teria com a prefeitura de Niterói. Ele é dono da Fulano Filmes, umas das empresas integrantes do esquema articulado pelo prefeito da cidade para se beneficiar, conforme aponta o MPF.
A Fulano Filmes possui como sócios René Sampaio e Krysse Mello Gonçalves, e já teve o colaborador Renato Pereira como um dos sócios da empresa. Todos são alvo da investigação.
René dirigiu Faroeste Caboclo, filme de 2013, e também está à frente da direção do longa Eduardo e Mônica, que ainda não tem data de estreia definida, por conta da pandemia. Ele também é diretor e produtor da série Impuros.
Em nota, a assessoria disse “que o trabalho do cineasta se limita à direção criativa e artística, não tendo envolvimento em questões administrativas da produtora”. “Mesmo assim, todos os esclarecimentos que se mostrem necessários serão prestados por ele às autoridades, para que não reste qualquer dúvida sobre a lisura de sua conduta”, finaliza o texto.
Já a a produtora KRM afirmou que todos os serviços contratados foram entregues “cumprindo o prazo, o escopo e o orçamento acertados em contrato” com uma produtora, que teria sido contratada pela Prefeitura. “Os valores cobrados são condizentes com os de mercado”, diz a nota.
Operação
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região expediu 11 mandados de busca e apreensão. Cerca de 60 policiais federais cumprem os mandados em órgãos públicos, empresas e residências no Rio de Janeiro, em Niterói e em São Paulo.
Entre os endereços, está a residência do chefe do Executivo de Niterói, Rodrigo Neves, e a sede da prefeitura. Em nota, administração da cidade afirmou que considera a ação “absurda” e que Neves nunca foi convidado a prestar qualquer esclarecimento à PF.
“Apesar de não ter informações sobre do que se trata a ação, o prefeito esclarece que a Transoceânica e o túnel Charitas Cafubá foram concluídos há tempos, cumprindo o planejamento da obra e melhoraram muito a qualidade de vida dos niteroienses. A prestação de contas detalhada foi concluída e aprovada por órgãos de acompanhamento e financiamento, como a Caixa Econômica Federal”, informa a nota enviada à Agência Brasil.
Ainda de acordo com o comunicado, a operação de hoje é “abusiva, típica de regimes autoritários” e tem objetivos políticos.
“O objetivo da ação sobre fatos ocorridos há muitos anos, sem que o prefeito jamais tenha sido ouvido, tem o claro objetivo de desgastar a administração e o prefeito que tem aprovação de mais de 85% da população e cujo sucessor obteve vitória retumbante no primeiro turno com 62% a 9%. O prefeito repudia a utilização de aparato do Estado com a polícia para ações de perseguição política”, afirma o texto.
Além disso, o prefeito diz ser perseguido desde 2018 e nada foi encontrado contra ele.