Cinco estados têm alta na média diária de mortes por Covid-19 no Brasil
Doze unidades da Federação, principalmente das regiões Norte e Nordeste, vivenciam estabilidade ou queda nos números
atualizado
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Os 26 estados do Brasil e o Distrito Federal contabilizaram, desde o começo da pandemia, 115.309 mortes por Covid-19, segundo boletim publicado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) no fim da tarde dessa segunda-feira (24/8). A realidade retratada pelos números, no entanto, varia expressivamente de acordo com a região do país.
Análise feita pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, apontou que cinco unidades da Federação impulsionaram, na última semana, a média móvel de novas mortes do país. Isso significa que, juntas, contabilizaram aumento de mais de 15% na quantidade de novos óbitos em relação aos 14 dias anteriores.
O Rio de Janeiro, por exemplo, voltou para o topo da lista. Depois de um longo tempo entre os estados com taxas estáveis, os fluminenses computaram crescimento de mais de 66% no índice de falecimentos. Há duas semanas, 71 pessoas morriam, em média, a cada 24 horas. O ritmo deu um salto significativo – agora são 118 vítimas.
Veja gráfico:
A situação de Goiás e da Bahia também chama a atenção. O estado do Centro-Oeste alcançou, na última semana epidemiológica, a marca de 60 mortes por dia, aumento de 37%. O vizinho segue a mesma tendência, com 30% de crescimento e 70 óbitos diários.
Na contramão, estão outras 12 unidades da Federação, principalmente as das regiões Norte e Nordeste. É o caso de Roraima, com queda de 52%. As 11 UFs restantes – como São Paulo e Distrito Federal – vivem um período de estabilidade, o famoso “platô”, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu de modo significativo.
Mudanças
Há 7 dias, a realidade de algumas unidades federativas era diferente. Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Goiás estavam em queda nos números, que voltaram a subir. A situação de Minas Gerais, Rondônia e DF melhorou, no entanto. Os dois primeiros estados enfrentavam alta na média diária de óbitos e, agora, registram queda na taxa. A capital do país vive estabilidade nesse quesito.
OMS
Em entrevista coletiva na última sexta-feira (21/8), o diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que a situação da epidemia de Covid-19 no Brasil se estabilizou e apresenta tendência de queda em alguns locais do país.
“Mas ainda há um número muito alto de casos e mortes por dia. Em algumas áreas, a quantidade de diagnósticos está diminuindo, mas é um período difícil no Brasil, e é preciso lidar com força e dedicação. A situação parece estar melhorando”, afirmou. Ele elogiou ainda o sistema de saúde e os profissionais da linha de frente, que estão conseguindo garantir atendimento à população.
O diretor lembrou, contudo, que o Brasil é um dos países responsáveis pela maioria dos casos de Covid-19 no mundo e que ainda há muito a ser feito para controlar a epidemia. “Qualquer sucesso do Brasil é um sucesso para o mundo”, pontuou.
Média móvel
Acompanhar o avanço da pandemia da Covid-19 com base em dados absolutos de morte ou casos está longe do ideal. Isso porque essas informações podem ter variações diárias muito grandes, principalmente atrasos nos registros. Nos fins de semana, por exemplo, é comum perceber redução significativa dos números.
Para reduzir esse efeito e produzir visão mais fiel desses dados, a média móvel é amplamente utilizada ao redor do mundo. A taxa, então, representa a soma das mortes divulgadas em uma semana dividida por sete. O nome “móvel” é porque varia conforme o total dos óbitos dos sete dias anteriores.