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Cinco chefes da Abin são afastados em operação por espionagem ilegal

Polícia Federal conseguiu a determinação pelo afastamento de cinco diretores da Abin. PF cumpriu 2 mandados de prisão e 25 de busca

atualizado

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Foto colorida de viatura da Polícia Federal em frente a sede da PF abin - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de viatura da Polícia Federal em frente a sede da PF abin - Metrópoles - Foto: PF

Cinco diretores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foram afastados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Polícia Federal (PF), que deflagrou uma operação nesta sexta-feira (20/10) sobre servidores da agência que espionavam celulares ilegalmente.

Além disso, dois servidores foram presos preventivamente e a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão. As prisões e afastamentos foram no Distrito Federal. Já os mandados de busca também incluíram endereços em Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Entre os que foram afastados há diretores que entraram na época do governo de Jair Bolsonaro, mas que permaneceram no cargo até hoje. Um dos afastados é o número três da Abin, o secretário de Planejamento e Gestão, Paulo Maurício Fortunato Pinto.

A coluna Na Mira, do Metrópoles, apurou que um dos presos na operação é Rodrigo Colli, profissional da área de contrainteligência cibernética da agência. O outro é o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki.

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Sem autorização

De acordo com as investigações, os servidores usavam de forma ilegal o sistema de geolocalização de celulares, sem autorização da Justiça.

Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Em nota divulgada nesta sexta, a Abin informou que o software de espionagem investigado pela Polícia Federal deixou de ser utilizado em maio de 2021 e que desde fevereiro deste ano há uma investigação interna sobre irregularidades no uso desse programa. Informações colhidas nessa sindicância foram compartilhadas com a PF e o STF, segundo a agência de inteligência. Além disso, os afastamentos temporários de servidores determinados pela justiça foram cumpridos.

Crise de confiança

Desde o começo da atual gestão do presidente Lula há uma crise de confiança de parte do governo com a Abin. O número dois da Agência, o diretor adjunto Alessandro Moretti, é próximo do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, que chegou a ser preso por suspeita de omissão nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Mesmo com essa relação, ele foi nomeado para a cúpula da Agência em março.

Outro episódio que fragilizou a relação de parte do governo com a Abin foi a nomeação do próprio Paulo Maurício Fortunato Pinto, agora afastado, para o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da Abin.

Fortunato Pinto já foi afastado em 2008, no governo Lula, por envolvimento em escutas ilegais contra políticos e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na Operação Satiagraha.

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