Cimi denuncia assassinato de líder indígena em Rondônia
Ari Uru Eu Wau Wau vinha sofrendo ameaças de morte pela sua atuação na defesa do território
atualizado
Compartilhar notícia
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) – Regional Rondônia publicou uma nota de repúdio sobre o recente assassinato do professor Ari Uru Eu Wau Wau. O indígena foi morto, no último dia 18, com sinais de pauladas na cabeça.
“Viemos denunciar mais esta violência contra os povos indígenas e a política genocida que vem sendo aplicada contra eles pelo governo federal e órgãos de defesa e proteção”.
De acordo com informações da Associação Kanindé, Ari Uru Eu Wau Wau vinha sofrendo ameaças por parte de madeireiros, incomodados com a presença de Ari e seu irmão, que faziam ações de fiscalização e proteção de seu território por conta própria, devido à omissão do poder público em fazer esse trabalho.
“O território do povo Uru Eu Wau Wau é regularizado, com a extensão de 1.867,117 hectares, através de muita luta, sendo sistematicamente invadido principalmente por madeireiros. As invasões continuam a acontecer em 2020, agravadas pela pandemia do coronavírus, que tem impedido que servidores dos órgãos de proteção façam seu trabalho”, informou o Cimi.
Ainda segundo o conselho, a falta de fiscalização pelos órgãos responsáveis, associado ao discurso de ódio disseminado pelo próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, acabam por fazer com que os invasores se sintam autorizados a agir de forma ainda mais violenta, visando o extermínio dos povos indígenas e utilização de seus territórios para os grandes empreendimentos (agronegócio, madeireiras, mineradoras, entre outros).
“O Cimi vem também se solidarizar com os familiares, amigos e parentes do professor Ari Uru Eu Wau Wau pela sua dolorosa perda. Seguiremos em apoio às justas lutas dos povos indígenas, denunciando e exigindo o pleno cumprimento de seus direitos especificados na Constituição”, finalizou.