Cimi culpa “política de Bolsonaro” por morte de líder quilombola
Fátima Barros foi vítima de Covid-19. Segundo a entidade, ela travou uma luta pela vida, mas não foi assistida pelo Estado
atualizado
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O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lamentou a morte de Fátima Barros, liderança quilombola da Ilha de São Vicente, em Araguatins (TO), por Covid-19. Segundo a entidade, ela foi vítima da “política do governo Bolsonaro”.
Em nota, o Cimi diz que Fátima morreu depois de uma batalha pela vida “em mais um dos tantos hospitais desassistidos pelo Estado”.
“A sua morte se junta às mais de 300 mil vidas ceifadas pela Covid, justamente no momento em que o Brasil se torna preocupação para todo o mundo, pelo grau de inércia e irresponsabilidade do Estado na condução do problema”, diz a entidade.
Fátima era integrante da Articulação Nacional de Quilombos e do Movimento Quilombola do Maranhão, atuava em luta e celebração pela titulação dos territórios quilombolas e pelo fim do latifúndio e das cercas que matam e ameaçam povos e comunidades tradicionais diariamente.
Segundo dados da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), mais de 243 quilombolas foram mortos pela Covid-19 no Brasil.
“Um número que mostra a ineficácia do Estado no atendimento e políticas de saúde voltadas para populações quilombolas em uma pandemia global”, diz o Cimi.