Review: LG K61 é smartphone intermediário que briga como gente grande

Os fabricantes de celulares tendem a seguir uma linha bastante lógica ao lançar uma nova tecnologia ao mercado. Todos os recursos inovadores desembarcam, primeiramente, nas linhas premium das marcas. Isso é uma forma clássica de diferenciar e agregar valor aos modelos da categoria, trazendo uma incrementação, inclusive, que justifica a precificação mais alta dos equipamentos. Porém, com o passar do tempo, essas funcionalidades acabam perdendo o ar de exclusividade e passam a compor também as configurações de dispositivos mais populares.

É exatamente isso o que ocorre com as múltiplas câmeras, antes presentes apenas nos produtos high-end e que aos poucos começam a aparecer em dispositivos de massa, como é o caso da nova linha K, da LG. O Metrópoles testou o K61, smartphone intermediário da companhia sul-coreana, e comprovou que o upgrade é mais que bem-vindo e tem tudo para agradar os fãs de fotografia que não podem pagar fortunas por um celular de ponta.

O modelo chega ao mercado nacional trazendo três grandes diferenciais para acirrar a disputa no setor: o conjunto de quatro lentes traseiras, o bom tamanho de tela e a maior autonomia de bateria.

Mas, antes de falar sobre eles, vamos avaliar outros dois aspectos igualmente importantes, o design e a configuração interna. O aparelho foi desenvolvido com um material bastante bonito e sólido, que passa a real sensação de sofisticação e robustez. Aliás, o K61 tem um visual atraente com cantos arredondados, laterais brilhosas e muito se assemelha a opções topo de linha. Mesmo. Na traseira, a cor branca (também há opção de grafite) puxa para um tom azulado a depender da incidência de luz. A vantagem é que não ressalta as digitais que deixamos quando seguramos o aparelhos como em outras tonalidades mais escuras.

Um botão à esquerda é dedicado ao acionamento do Google Assistente. Particularmente, não vejo muito necessidade na inclusão de uma tecla exclusiva que tem como maior objetivo acionar, por meio de voz, uma série de recursos, mas… A assistente responde corretamente os questionamentos e comandos do usuário e atua bem com o sistema operacional Android 9.0 Pie.

Por dentro, a sul-coreana deu continuidade à parceria com a fabricante de processadores taiwanesa MediaTek e incorporou um chip Octa Core 2.3GHz MT6765. Além disso, comparado ao antecessor K12 Prime, é possível notar evoluções bastantes interessantes. Por exemplo, a memória RAM saltou de 3GB para 4GB, enquanto o armazenamento interno cresceu dos 64GB para 128GB. Quem precisar de mais espaço pode optar pelo microSD com capacidade de até 2TB.

Tela de arrasar
O display FHD+ de 6,5 polegadas (19,5:9) do tipo Hole in Display (que preenche a totalidade da parte frontal, deixando apenas o buraco da lente frontal, diferente do Notch, recorte característico de dispositivos Motorola e Apple) tem resolução de 720x1600px. A tela IPS LCD impressiona pela qualidade do contraste e do brilho. A exibição de cores marcantes, principalmente tonalidades como violeta, roxa e azul, se ressalta e mostra um brilhante resultado para games e vídeos.

A bateria também recebeu melhorias e saiu de 3.500mAh para 4.000mAh, o que garante mais de um dia de uso intenso longe da tomada. Vale lembrar que os celulares da LG contam com uma tecnologia que mapeia as aplicações e recursos mais utilizados e evita o consumo desnecessário de energia de apps e funções que rodam em segundo plano.

Áudio
Com Som Surround DTS:X 3D, o LG K61 busca oferecer ao usuário que usa fones de ouvidos uma experiência sonora de cinema 3D. A tecnologia simula um sistema de som surround de 7.1-canais, que resulta em uma sensação imersiva de som 360°, ideal para quem gosta de jogar no celular, assistir vídeos e ouvir música.

Porém, como os alto-falantes ficam localizados na parte inferior do aparelho, quando jogamos algum game na posição horizontal, a mão fica posicionada, naturalmente, sobre as saídas de som, o que abafa o áudio e compromete a experiência.

Câmeras fotográficas
O destaque do LG K61 vai, naturalmente, para o conjunto de câmeras composto por uma lente frontal de 16MP (F2.0) e quatro traseiras: principal de 48MP, grande angular de 8MP (oferece um ângulo maior de captura), retrato de 5MP (que permite deixar o fundo desfocado) e macro de 2MP.

A lente principal, de 48MP, encontrada no topo de linha da família K é a câmera com resolução mais alta já oferecida pela LG em um smartphone de massa e conta com inteligência artificial que permite detectar a cena ou objeto que se deseja fotografar e aplicar os ajustes ideais.

Em ambientes iluminados ou ao ar livre, a câmera se comporta muito bem, captando com precisão cores, luzes e contraste. Porém, em cenas com baixa luminosidade é possível notar um leve ruído, que acaba comprometendo o resultado em alguns casos.

A lente destinada à selfie também mostrou um desempenho bastante satisfatório registrando diferentes tonalidades de pele e as nuances em roupas de maneira bastante natural e suave. O modo de câmera inteligente consegue detectar diferentes situações e alinhar rapidamente os ajustes para atender fotos de paisagens, de objetos, de retrato, etc.

A gravação de vídeos também surpreendeu positivamente, com uma fluidez e qualidade que não comprometem, principalmente quando pensamos no público-alvo que se destina: os jovens adeptos às redes sociais. Vale ressaltar que o modelo grava vídeos apenas em Full HD, sem opção para 4K.

Desempenho
Durante os testes o celular mostrou uma performance razoável levando em consideração o segmento em que atua. Conseguiu rodar de forma simultânea três ou mais programas e respondeu rapidamente acionamentos de aplicativos e desbloqueio por biometria.

Avaliamos dois games neste review: Real Racing 3 e F1 Mobile (sim, gosto de corrida). Para rodar sem qualquer travamento, o potencial dos gráficos foi reduzido sensivelmente, a ponto de, em determinadas cenas, as imagens ficarem com aspecto quadradão. Porém, a jogabilidade se manteve boa e foi possível curtir os títulos sem se irritar com inconvenientes “soluços”.

No entanto, a história foi um pouco diferente quando a atividade foi a fotografia. Entre uma imagem e outra o dispositivo precisou de alguns poucos segundos para processar a foto, salva-la na memória, dar uma respirada e estar pronto novamente para um novo clique. Esse delay pode ser frustrante, principalmente quando estamos diante de situações que precisam ser rapidamente registradas.

O modelo tem como principal concorrente o Samsung A21S. Os dois dispositivos têm praticamente as mesmas configurações, porém, o K61 leva vantagem no armazenamento interno: 64GB a mais que o rival. No entanto, fica atrás na autonomia da bateria, entregando 1.000 mAh a menos que o rival. Para desempatar a parada, o consumidor deve levar em consideração o preço. E, nisso, o K61 acaba ganhando uma estrelinha a mais, pois é R$ 100 mais barato que o adversário.

Conclusão
A LG fez um excelente trabalho com o K61. O aparelho oferece um excelente custo/benefício e tem tudo para ser mais um sucesso de vendas da marca. Trata-se de uma boa opção para quem busca diferenciais como generoso display, autonomia de bateria e versatilidade na hora de tirar fotos.