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Importei um smartphone superpotente da China por menos de R$ 1 mil

Celulares chineses têm bom custo-benefício, mas é preciso estar atento a nuances do processo de importação para não ser surpreendido

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1 de 1 elephone-s8 - Foto: Fernando Braga/Metrópoles

Comprar um celular da China requer destreza. Além das dúvidas naturais ao comprar um novo aparelho, existem variáveis no caminho do produto até o Brasil, que podem desanimar os interessados em adquirir um smartphone chinês. Pois bem, depois de fuçar muitos fóruns para entender o processo e finalmente receber meu Elephone S8 em casa, aqui está um relato e dicas sobre a minha experiência. Confira!

Planejamento e paciência
O custo-benefício do celular chinês está ancorado no preço mais barato, se comparado a celulares com configurações similares disponíveis no Brasil. Portanto, para economizar, não vale a pena pedir o frete expresso, que promete uma entrega, em geral, de até 15 dias. Essa opção de envio é mais cara e a taxação na alfândega costuma ser maior (explico melhor sobre o assunto no tópico abaixo).

Planeje-se para esperar algum tempo pela chegada do smartphone. Pelo menos entre dois e três meses após a realização do pagamento no site de e-commerce. Ou seja, é preferível comprar o aparelho enquanto ainda estiver utilizando algum outro celular. Pedi meu Elephone S8 no dia 21 de setembro de 2017 pela GearBest , com a opção de entrega BR Express (frete especial oferecido pelo site para o Brasil) e o aparelho foi recebido em 13 de dezembro. Haja paciência.

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Câmera traseira única de 21 MP
Smartphone sem entrada dedicada para fone de ouvido
Celular tem tela de 6 polegadas
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Tela deixa bordas quase inexistentes

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Câmera traseira única de 21 MP

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Smartphone sem entrada dedicada para fone de ouvido

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Celular tem tela de 6 polegadas

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Taxas e alfândega
Sim, é possível que seu celular não seja taxado na alfândega ou que você ganhe na Loteria Federal amanhã. Nos dois casos, é melhor não fazer dívidas contando com isso.

Ao comprar o aparelho, é importante ter em mente que a taxa de importação cobrada na alfândega é de 60% do valor do produto, somado ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – que varia de estado para estado e no DF é de 17%. Em geral, as lojas chinesas costumam declarar os smartphones com valores abaixo do que realmente é cobrado. No meu caso, foi de apenas 30% do preço pago pelo equipamento. Vale a pena ressaltar que, caso a Receita Federal abra a encomenda e verifique o preço do produto ou a loja declare o valor real do celular, é preciso contar com um dinheiro extra reservado.

Entrega
Até bem pouco tempo, o produto chegava na agência dos Correios mais próxima do endereço do cliente. Ele era, então, notificado e deveria ir até o local, pagar a taxa e retirar a mercadoria. Caso o encargo fosse abusivo (pode ocorrer), o cliente deveria imprimir capturas de tela no site e outros comprovantes para garantir que o valor era mais alto do que o permitido por lei. Agora, o processo para o pagamento mudou em algumas regiões do país – até o fim de 2018, estará em total funcionamento no Brasil.

Atualmente, o consumidor recebe uma carta com o código de rastreio do produto enquanto ele chega na alfândega (geralmente em Curitiba). Depois, cadastra-se no Portal do Importador e insere a chave enviada, tudo simples e intuitivo. Pelo site, é possível efetuar o pagamento por cartão de crédito ou boleto, além de negar a encomenda – o que ocorre quando as pessoas não se preparam para as taxas e resolvem enviar o produto de volta para o local de origem – ou recorrer da taxação. Se o caso for entrar com recurso pelo preço cobrado, o envio dos documentos é feito no portal.

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Essa atualização fez com que muitos compradores ficassem preocupados. Se por um lado o processo se tornaria ágil, por outro a Receita Federal teria mais controle sobre os produtos que entram no Brasil. Com isso, a taxa cobrada sobre os celulares poderia ser maior. Pela minha experiência, a taxação continua a mesma e o cliente não precisa mais se deslocar até uma agência dos Correios. Ou seja, a mudança só trouxe benefícios.

Por fim, durante a minha prática de compra on-line na China, os auditores fiscais da Receita Federal entraram em greve. Acredito que a paralisação, que durou três semanas, não influenciou no prazo da entrega. Mesmo assim, coloque na balança do planejamento que os Correios e a Receita Federal fazem paralisações com certa periodicidade no país, o que pode ser um contratempo real.

Onde está a minha encomenda?
Após comprar o produto no site, começa uma sessão de agonia para os mais impacientes. Como disse anteriormente, adquiri o meu Elephone S8 na GearBest, loja que até se esforça, mas ainda está longe de oferecer um suporte adequado para os brasileiros navegantes de primeira viagem. Explico melhor.

Adquiri o celular em 21 de setembro de 2017, porém, só depois descobri que o aparelho sequer havia sido lançado no mercado. E o pior: ele só seria despachado quase um mês depois, em 12 de outubro. Essas informações não estavam claras nas descrições e tive de recorrer, nesse meio tempo, ao suporte para entender os prazos.

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Até hoje o site diz que não recebeu nenhuma atualização sobre a localização do navio

 

Após o produto ser despachado, recebi um código para acompanhar o trajeto feito pelo equipamento. Porém, ele não funcionou e até hoje o percurso não foi atualizado. Como devem imaginar, foi um alívio quando o celular chegou ao país e recebi a carta dos Correios com um novo código. Resumindo: fiquei no escuro até o produto chegar na alfândega brasileira.

Anatel vai bloquear meu celular da China?
Uma dúvida recorrente, que li em alguns fóruns da internet, era sobre o bloqueio anunciado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em celulares importados. Não se preocupe, seu celular provavelmente não será bloqueado. O que a agência fez, foi proibir o uso de telefones que imitam modelos famosos como HIphone ou réplicas do Galaxy S8. Esses dispositivos são fabricados por empresas genéricas e não têm o IMEI, uma espécie de RG do celular, que é registrado junto ao GSMA, órgão internacional que reúne empresas de telefonia móvel. Ou seja, são aparelhos falsificados. Porém, os produtos de marcas chinesas devidamente registradas como Huawei, Xaomi e Elephone continuarão a funcionar perfeitamente.

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Fuja de imitações de celulares conhecidos, pois a Anatel irá bloquear o sinal desses produtos no país

 

O aparelho
Para quem ficou curioso sobre o Elephone S8, eis uma breve análise. O celular é um modelo intermediário com 64 GB de memória interna e 4 GB de RAM, e sustenta uma bateria de 4.000 mAh e uma tela com definição 2K. Nada mal. Ele é bonito e o material utilizado parece ter durabilidade.

O ponto positivo é justamente o preço do produto final. Foram R$ 777 no aparelho e R$ 207 de taxa da alfândega. Apesar da grande quantidade de miliampère-hora, a durabilidade da bateria deixa a desejar e mal permanece em funcionamento por um dia inteiro — culpa da grande tela e do processador nada econômico.

A câmera frontal surpreende com uma boa resolução. Diferente da traseira, que apesar dos 21 MP, não é muita coisa. Outro contra, é que não existe assistência técnica por aqui. Então, se a tela quebrar ou ocorrer algum imprevisto, melhor comprar outro. O aparelho vem com uma capinha e película para o display. Enfim, por R$ 984 e uma experiência a mais na vida, valeu muito a pena.

  • Elephone S8
    Tela: 6” 2560×1440 pixels
    Bateria: 4.000 mAh
    Câmera: 21 MP traseira, 8 MP frontal
    Memória: 4 GB de RAM e 64 GB de ROM
    Hardware: Deca Core, 2,5 Ghz, Helio X25
    Sistema: Android 7.1
    Preço médio: U$ 240

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