Festival de tecnologia SxSW tem início nos EUA; Brasil é destaque
Com cerca de 2 mil inscritos, o Brasil é um dos destaques do SxSW. Além da presença expressiva de público, o país terá dezenas de palestras
atualizado
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Austin (EUA) – O South by Southwest – conhecido como SxSW -, um dos maiores festivais de tecnologia, empreendedorismo e cultura (leia-se música e cinema) do mundo, começa oficialmente nesta sexta-feira (10/3), em Austin, a capital do Texas, nos Estados Unidos. Em 2023, o festival já está preparado para bater recordes: são esperadas mais de 300 mil pessoas nos 10 dias de evento.
Com cerca de 2 mil inscritos, o Brasil se tornou um dos destaques do SxSW. Neste ano, além da presença expressiva de público, o país terá dezenas de palestras e um patrocinador brasileiro dentre os principais, o banco Itaú.
E uma das responsáveis pelo festival “colar” no Brasil é a nova-iorquina Tracy Mann. Com português fluente e um conhecimento encantador de tudo que é brasileiro, Mann se dedica há anos para que o Souty by Southwest fique cada vez mais com a cara do Brasil.
“Essa forte presença brasileira foi construída por muitos anos e por muitas pessoas. Gostaria de te dizer que foi uma grande estratégia de negócios nossa, mas, de fato, foi muito pelos relacionamentos, construídos pouco ao pouco até chegar aqui”, explica a americana. “Mas a maior força por trás desse crescimento foi a Apex, que liderou várias missões e apoiou a jornada de muita gente e muitas empresas ao SxSW. Criou uma onda que depois ganhou a sua própria força”, diz Mann.
O que ver e acompanhar no SxSW 2023
Presentes desde a edição 2017, os carros voadores – também conhecidos como eVOTLs (veículo elétrico de pouso e decolagem vertical) – entram no SxSW na trilha “transporte do futuro”. E neste ano, o Brasil também terá um forte representante: André Stein, CEO da Eve Air Mobility, startup criada pela EmbraerX. Durante o evento, além de uma palestra, a Eve terá uma cabine onde o público poderá viver a experiência (simulada) de pousar e decolar num dos desejados veículos aéreos.
A edição de 2023, claro, tem um enorme foco na tecnologia. Afinal, não faz seis meses o mundo foi assombrado pela sigla “IA” (inteligência artificial), demonstrada pela habilidade do ChatGPT. No Centro de Convenções de Austin, um dos eventos mais esperados é a conversa de Gregg Brockmann, presidente e CEO da OpenAI, criadora do “robozinho”, com Laurie Segall, jornalista e uma das maiores especialistas no tema.
Outro dos principais temas do festival é o futurismo e cabe a uma das maiores especialistas mundiais no tema, Amy Webb, fazer a apresentação que vai ditar as tendências no ano. Na pauta do SxSW também estão games, XR, transporte e cidades, cannabis (e o cannabusiness), jornalismo e metaverso (sim, ele ainda existe, mas já não é tão futuro assim).
Ucrania presente no SxSW
Apesar de tentar manter-se como um evento “apolítico”, é claro que os principais temas da atualidade não ficam de fora do evento. Foi lá, entre 2015 e 2016, que surgiram as primeiras reflexões sobre o movimento “alt+right” (a verdade alternativa) e as fake news em larga escala. Em 2016 e 2017, o público acompanhou, em choque, a ascensão do então pré-candidato Donald Trump. Neste ano, o assunto da vez é a invasão da Ucrânia pela Rússia de Vladimir Putin. Por isso, o festival criou uma trilha de eventos chamada “SxSW apoia a Ucrânia”, com nomes da cultura, da economia e da cena influenciadora ucraniana.
Estarão ainda no evento nomes como Bill Gurley – conhecido por ser o investidor que “acelerou” o Uber -, Jen Psaki, ex-assessora de imprensa da Casa Branca, Gary Kasparov, lenda viva do xadrez e especialista em segurança digital, Michal Pechoucek, um dos maiores nomes em privacidade on-line do mundo, Chelsea Manning, ativista trans e ex-analista da inteligência americana, famosa por vazar segredos do exército para a WikiLeaks.
O South by Southwest ainda é um dos maiores polos de música e cinema do planeta. Serão mais de 1.400 músicos, se apresentando em 77 palcos ao longo do festival, que terá de Mutantes a New Order.
E quase 300 projetos de audiovisual (séries de TV, filmes de curta, média ou longa metragem), com muitos lançamentos dos principais estúdios e empresas de streaming. Foi dada a largada para a maratona anual. Agora é acompanhar qual tendência veio para ficar – e quais são aquelas que vão “flopar”, ou seja, morrer às margens do Rio Colorado, que corta Austin.