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Cientistas detectam ondas gravitacionais previstas por Einstein

Especialistas afirmam que a descoberta é grandiosa, comparável à do bóson de Higgs em 2012, uma partícula subatômica às vezes chamada de “partícula de Deus”

atualizado

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onda gravitacional
1 de 1 onda gravitacional - Foto: Mensageiro Sideral/Youtube/Reprodução

Em um anúncio que eletrizou o mundo da astronomia, cientistas disseram nesta quinta-feira (11/2) que finalmente detectaram ondas gravitacionais, reverberações na fábrica do espaço-tempo previstas por Albert Einstein há um século. Alguns cientistas compararam a grandeza da novidade ao momento em que Galileu Galilei pegou um telescópio para observar os planetas.

A descoberta dessas ondas, criadas por violentas colisões no universo, empolgou os cientistas, porque abre a porta para uma nova maneira de observar o cosmos. Para eles, é como passar do cinema mudo ao falado, porque essas ondas são a trilha sonora do universo.

“Até este momento, nós tínhamos nossos olhos no céu e não podíamos escutar a música”, comparou o astrofísico Szabolcs Marka, da Universidade Columbia, membro da equipe que fez a descoberta.

Os céus nunca mais serão os mesmos

Szabolcs Marka

Uma equipe internacional de astrofísicos de ponta usou um instrumento recentemente atualizado e bastante sensível, de US$ 1,1 bilhão, conhecido como Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory (LIGO), para detectar a onda gravitacional de uma colisão distante de dois buracos negros, uma das maneiras de se gerar essas reverberações. Para dar sentido ao material bruto, os cientistas traduziram a onda em som. Em entrevista coletiva, eles “tocaram” o que chamaram de “chirp”, o sinal ouvido em 14 de setembro, que foi pouco perceptível mesmo quando aumentado o som.

Grandiosidade
O anúncio empolgou muita gente. “É uma das maiores descobertas da ciência moderna”, disse Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, fazendo questão de ressaltar a importância do achado. “Agora podemos ter uma visão completamente nova do cosmos – potencialmente elucidando os primeiros momentos do universo. É inspirador pensar em todas as vidas e esforços, geração após geração, que foram investidos na descoberta desse conhecimento sobre nosso universo”, declarou em seu perfil.

Alguns físicos dizem que a descoberta é grandiosa, comparável à do bóson de Higgs em 2012, uma partícula subatômica às vezes chamada de “partícula de Deus”. Alguns dizem que a descoberta atual é ainda maior.

“Isso é comparável apenas a Galileu pegando o telescópio e observando os planetas”, disse o físico teórico Abhay Ashtekar, da Penn State, que não estava na equipe responsável pelo trabalho. “Nossa compreensão dos céus mudou dramaticamente.”

As ondas gravitacionais, primeiro teorizadas por Albert Einstein em 1916 como parte de sua teoria geral da relatividade, são extraordinariamente débeis reverberações no espaço-tempo, a difícil de penetrar quarta dimensão, que combina o tempo com as outras três dimensões espaciais. Quanto objetos com muita massa, porém compactos, como os buracos negros ou as estrelas de nêutrons, colidem, eles emitem reverberações gravitacionais pelo universo.

Cientistas encontraram provas indiretas da existência de ondas gravitacionais nos anos 1970 – a partir de dados de computação que mostraram mudanças mínimas na órbita de duas estrelas que colidiram – e esse trabalho foi consagrado como parte do Nobel de Física de 1993. Mas o anúncio desta quinta-feira foi uma detecção direta da onda gravitacional.

“Uma coisa é saber que as ondas sonoras existem, mas outra é realmente ouvir a Quinta Sinfonia de Beethoven”, disse Marc Kamionkowsi, físico da Johns Hopkins University. Segundo ele, agora é possível de fato ouvir os buracos negros se fundindo. As ondas gravitacionais são “a trilha sonora do universo”, disse Chad Hanna, da Universidade do Estado da Pensilvânia.

O próprio Einstein, ao teorizar sobre o assunto, achou que os cientistas nunca conseguiriam ouvir as ondas gravitacionais. Posteriormente, Einstein chegou a questionar se essas ondas realmente existiam, nos anos 1930, mas nos anos 1960 cientistas concluíram que provavelmente sim.

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