Campus Party 2016: Crise econômica tem ajudado o AirBnB, diz diretor da empresa no Brasil
Leonardo Tristão diz que o sistema de confiança proposto pelo serviço é o segredo do sucesso da plataforma de hospedagem
atualizado
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Três amigos e uma ideia: conectar espaços e pessoas. Assim, o Airbnb, maior comunidade de hospedagem do mundo, criou raízes. O diretor geral do site no Brasil, Leonardo Tristão, contou um pouco da história da empresa nesta quarta-feira (27/1) e deu dicas para os 5 mil jovens campuseiros que estão na 9ª edição da Campus Party Brasil, em São Paulo.
Serviços, como o Airbnb, mudaram a forma como turistas (e moradores) lidam com a hospedagem.
A plataforma surgiu de um problema dos criadores, Joe Gebbia e Brian Chesky, ambos designers. Eles precisavam pagar as contas do apartamento que moravam em 2008. Durante uma convenção de designers em São Francisco, Califórnia (EUA), eles resolveram alugar a casa para estranhos, que dormiriam em colchões de ar já que nenhum dos dois tinham dinheiro para comprar camas.
Três pessoas toparam alugar o apartamento. Então, Gebbia e Chesky viram ali uma oportunidade de sucesso e convidaram o engenheiro de software, Nathan Blecharczyk, para estruturar um site que pudesse ser convidativo à nova empreitada do trio. “De um problema, uma necessidade, surgiu o Airbnb”, explicou Tristão.
Houve um momento, no início da empresa, em que os fundadores do Airbnb precisaram ampliar os horizontes e buscaram o financiamento por uma aceleradora – ou investidor anjo, aquele que aplica valores na ideia.
Números
Hoje, o Airbnb conta com 2 milhões de acomodações no mundo, em 34 mil cidades e 191 países. Mais de 70 milhões de pessoas já se hospedaram por meio da plataforma. No Brasil, segundo Tristão, são 60 mil anúncios. Em 2015, o aplicativo registrou crescimento de 46% no número de acomodações e aumento de 120% de brasileiros que utilizaram o Airbnb. É possível fazer reservas pelo aplicativo (no celular ou tablet) ou no computador.
O Rio de Janeiro é o estado com maior número de anúncios no Brasil e um dos topos na lista mundial. Questionado sobre a segurança do anfitrião com relação à residência disponibilizada para aluguel, o diretor geral esclareceu que o Airbnb oferece até R$ 4 milhões em seguro para aqueles que cadastram suas casas, no caso de problemas.
Entrevista Leonardo Tristão
Qual a sacada do Airbnb?
Senso de pertencimento. O fato de estar na casa de alguém, poder caminhar pelo bairro, sem horário para voltar, conhecer os vizinhos, isso faz com que o visitante se sinta parte daquele lugar. O nosso sistema de confiança, que é a avaliação que os anfitriões fazem dos hóspedes e vice-versa é outro diferencial muito importante.
Próximo passo para o sucesso?
Fazer os brasileiros cada vez mais descobrirem a plataforma no Brasil. Temos 60 mil anúncios no país e a crise econômica tem ajudado a impulsionar o AirBnb. As pessoas começaram a perceber que podem viajar mesmo em um período economicamente ruim, sem pesar no bolso. Também queremos mostrar a uma pessoa que tem o espaço disponível, como ela pode fazer para inserir isso no nosso sistema.
Uma dica do que não fazer quando se começa uma startup?
Subestimar a ideia. A ideia pode parecer estúpida no começo, mas pode ser grandiosa depois que você testar, planejar, colocar o produto na rua e escutar o consumidor. Através de uma ideia, o conceito pode ser ajustado e muitas vezes isso vem de um problema, como o caso do Airbnb. A comunidade molda a plataforma todos os dias. O Airbnb está mudando a vida de muitas pessoas.