Anatel quer pagar R$ 15 mi para serviço já prestado por R$ 2 mi
O presidente da Anatel informou que a modalidade é bem mais abrangente do que aquela atualmente existente na autarquia
atualizado
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Prestes a abrir um processo de escolha, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quer contratar uma empresa que vai medir a qualidade do serviço de internet fornecido pelas teles, por até R$ 14,924 milhões, por dois anos. As próprias operadoras, contudo, já criaram, há oito anos, um aplicativo que cumpre essa função, com custo anual de R$ 2 milhões, e por determinação da mesma Anatel. As informações são de O Estado de S. Paulo.
Para a contratação ser feita, será preciso aprovação da maioria do Conselho Diretor da Anatel. Três conselheiros terão até quarta-feira (18/12/2019) para tomar uma decisão. A proposta já tem voto favorável do presidente do órgão regulador, Leonardo Euler de Morais, que foi relator do caso.
O presidente da Anatel afirmou que as obrigações do regulamento de qualidade dos serviços da agência justificam a necessidade da contratação. Entre elas estariam o “acompanhamento da universalização e massificação de acessos” e “a gestão e o uso eficiente do espectro radioelétrico”.
O assunto está envolto em polêmica, pois há suspeita de que apenas uma empresa, a P3, teria condições de disputar a concorrência. Isso porque a Anatel cobra que as interessadas tenham capacidade para medir a qualidade e a velocidade dos pacotes de banda larga oferecidos pelas teles por dois métodos distintos, e as empresas que já atuam no País costuma usar apenas um.
A consultoria alemã P3 seria a única capaz de atender aos dois critérios. O mais caro, que representaria mais de 50% do valor do contrato, é o drive test – realizado por meio de equipamentos do tipo scanner, instalados em veículos, com capacidade para aferir potência do sinal, área de cobertura e outros indicadores. Além do drive test, as formas de medição propostas no voto incluem as modalidades de crowdsourcing (coletiva e automática, via software instalado em computadores e telefones de usuários que derem consentimento prévio) e benchmarking internacional (para comparação dos dados com os de outros países).
Na proposta apresentada, o presidente da Anatel informou que a modalidade drive test é bem mais abrangente do que aquela que atualmente existente na autarquia.