Ciência e Tecnologia: bolsas de pesquisa não são esmola, diz ministra
Luciana Santos tomou posse nesta segunda-feira (2/1) e se comprometeu com incentivo à pesquisa e recomposição do orçamento
atualizado
Compartilhar notícia
Luciana Santos tomou posse nesta segunda-feira (2/1) como ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ela é a primeira mulher a assumir o cargo e ressaltou, em seu discurso, a luta pela recomposição orçamentária da pasta e a valorização da pesquisa nacional.
“Trabalharemos ainda pela atualização das bolsas de pesquisa do CNPq e da Capes, que, vinculada ao Ministério da Educação, é essencial na formação de capital humano. As bolsas de pesquisa não podem ser tratadas como esmola, mas como um investimento no futuro do país”, ressaltou a presidente nacional do PCdoB.
Diferente de outros ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL), que assim como o ex-presidente não compareceram às cerimônias de posse dos novos ocupantes do primeiro escalão do governo, o ex-ministro Paulo Alvim estava presente. O trabalho colaborativo de transição foi ressaltado e o titular anterior da pasta entregou, à nova ministra, a medalha de Ordem do Mérito Científico.
Luciana se comprometeu com a “construção de políticas públicas para atrair o interesse e viabilizar o acesso dos nossos jovens às universidades e institutos de pesquisa, cuidando para que meninas e mulheres tenham seus espaços assegurados nas carreiras científicas e tecnológicas”. Também elogiou as universidades públicas, onde se realizam a maior parte das pesquisas no país.
“Ao contrário do que se diz, a universidade não é lugar de balbúrdia, é lugar de conhecimento e desenvolvimento”, destacou.
A ministra se comprometeu com a execução integral do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e em suspender a liquidação da Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), que produz semicondutores e chips.
A nova titular citou diferentes prioridades de programas nacionais para “alavancar a capacidade do país em áreas estratégicas”, como tecnologias de informação, transição energética, programa espacial, nanotecnologia e o programa nuclear, além da exploração sustentável da biodiversidade da região amazônica.
Representatividade
Luciana Santos ressaltou a responsabilidade de ser a primeira mulher a assumir o MCTI. “Espero que este exemplo inspire muitas outras, assim como nos inspirou em outros momentos o exemplo de Berta Lutz, bióloga e feminista, e tantas outras mulheres nas mais diversas áreas”, afirmou.
“Essa gestão vai honrar as milhares de mulheres que produzem e pesquisam nesse país e sua luta por respeito, inclusão e valorização. Essa gestão vai honrar a luta antirracista e da luta das pessoas negras por espaço na pós-graduação e no campo de pesquisa. Vai honrar todo esse contingente de pesquisadores e pesquisadoras que se desdobram para seguir aqui em solo brasileiro, produzindo e construindo a inteligência nacional”, destacou.