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Cidadãos pedem “doações” a procurador que chamou salário de “miserê”

Leonardo Azeredo do Santos cobrou de seu chefe “criatividade” para “melhorar a situação” do salário – de R$ 24 mil (valor líquido)

atualizado

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1 de 1 cartaz-doacao-procurador2 - Foto: Reprodução/ Redes sociais

Moradores do bairro da Pampulha, em Belo Horizonte, fizeram uma caixa de doação ironizando o procurador do Ministério Público de Minas Gerais Leonardo Azeredo do Santos, que chamou o salário (líquido) de R$ 24 mil de “miserê”.

A caixa de papelão está acompanhada de uma placa escrita “Ajude o procurador do MPMG sair do miserê”.

Confira:

Reprodução/ Redes sociais

Entenda
Em um áudio de uma hora e quarenta minutos postado no próprio site do MPMG, o procurador pode ser ouvido cobrando de seu chefe “criatividade” para “melhorar a situação” do salário, que, segundo ele, é um “miserê”. A fala de Leonardo aconteceu em uma reunião oficial da câmara de procuradores para discutir o orçamento do órgão para o ano que vem e o áudio foi publicado no site do Ministério Público.

Aos 31 minutos de reprodução, o procurador Leonardo dos Santos pede a palavra para questionar o procurador-geral de Justiça do estado, Antônio Sérgio Tonet.

“Quero saber se nós, no ano que vem, vamos continuar nessa situação ou se Vossa Excelência já planeja alguma coisa, dentro da sua criatividade, para melhorar nossa situação. Ou se vamos ficar nesse miserê. Quem é que vai querer ser promotor, se não vamos mais ter aumento, ninguém vai querer fazer concurso nenhum”, desabafou Santos.

Anteriormente os procuradores haviam debatido a possibilidade de o estado assinar acordo de recuperação fiscal com a União e ficar impedido de realizar qualquer reajuste para servidores. Para Santos, o salário de R$ 24 mil é baixo, “sobretudo para quem tem filhos. Como o cara vai viver com R$ 24 mil?”, questiona.

O procurador continua reclamando, sem ser interrompido pelos colegas: “Estou fazendo a minha parte. Estou deixando de gastar R$ 20 mil de cartão de crédito e estou passando a gastar R$ 8 [mil], para poder viver com os meus R$ 24 mil. Agora, eu e vários outros já estamos vivendo à base de comprimidos, à base de antidepressivo. Estou falando desse jeito aqui com dois comprimidos sertralina por dia, tomo dois ansiolíticos por dia e ainda estou falando desse jeito. Imagine se eu não tomasse? Ia ser pior que o ‘Ronaldinho’. Vamos ficar desse jeito? Nós vamos baixar mais a crista? Nós vamos virar pedintes, quase?”

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