“Cidadão que ficar fazendo bravata vai para a delegacia”, diz Lula após ameaças
Na semana passada, a Polícia Federal identificou e neutralizou dois suspeitos de ameaçar a integridade física de Lula
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar, na tarde desta segunda-feira (7/8), sobre as ameaças de morte que recebeu recentemente. O mandatário prometeu que “qualquer cidadão que ficar fazendo bravata” será “convocado na delegacia”.
“Aqui, nesta cidade, tinha um cara que foi preso porque disse que ia me matar. Eu sou um homem de muita fé e tenho consciência do papel que eu jogo nesse país. Cachorro que late não morde! Qualquer cidadão que ficar fazendo bravata na rua – ‘Eu mato’, ‘Eu bato’, ‘Eu pego’ ou ‘Eu atiro’ – vai ser chamado à delegacia para colocar um depoimento”, discursou o presidente.
Segundo Lula, as pessoas têm o direito de falar “bobagem”, mas sem ofender os outros. “Eu não preciso de gostar do meu vizinho, tenho apenas que respeitar. É esse Brasil que nós queremos criar”, disse.
Na semana passada, a Polícia Federal cumpriu, em Belém (PA), mandado de busca e apreensão contra um suspeito de propagar, por meio das redes sociais, imagens com ameaças de ataques ao presidente.
Na sexta-feira, durante pronunciamento, Lula minimizou as ameaças e disse que, se tivesse medo, “nem teria nascido”.
“Vocês vão ter notícia de que a Polícia Federal prendeu um cidadão em Santarém que disse que ia me matar hoje, quando eu chegasse lá. Ele tá preso. Há boatos de que, em Belém, também tem um cidadão que disse que ia me matar”, disse Lula durante a cerimônia de relançamento do Programa Luz para Todos, em Parintins, no Amazonas.
“Se eu tivesse medo, eu não tinha nascido nem era presidente da República. Eu aprendi com a minha mãe a não ter medo de cara feia. Cachorro que late não morde e, portanto, vou fazer deste país um país civilizado”, completou.
Investigação sobre ameaça a Lula
Começou, na sexta-feira, a lista de agendas que o petista cumprirá na Região Norte. Com isso, a Polícia Federal identificou e neutralizou dois suspeitos de ameaçar a integridade física de Lula. Os dois prometeram matar o mandatário enquanto estivesse nos estados.
A corporação cumpriu, na sexta, um mandado de busca e apreensão contra suspeito de propagar, por meio das redes sociais, imagens com ameaças de ataques ao presidente. O investigado mora em Belém (PA). A PF informou que a ação buscou juntar mais elementos que comprovem o cometimento dos crimes e evitar possibilidades de atentado contra o presidente, pois o suspeito trabalha como vigilante e tem porte de arma de fogo.
Na quinta-feira (3/8), um homem foi preso em flagrante pela PF no Pará, em Santarém. O suspeito havia ameaçado dar um tiro na barriga de Lula. O preso teria dito aos policiais que participou dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, na capital federal. Também declarou ter participado da invasão ao Salão Verde da Câmara dos Deputados e depredado o local.
O suspeito comentou ainda que fez parte das manifestações em frente ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção de Santarém por 60 dias ininterruptos. Teria, inclusive, financiado os atos golpistas com R$ 1 mil diariamente.
Após dizer que daria um tiro na barriga do presidente, o investigado teria perguntado para pessoas da região se elas sabiam onde Lula se hospedaria quando fosse ao município.
A PF instaurou inquérito após uma testemunha denunciar o episódio. Até a mais recente atualização desta reportagem, a identidade do suspeito não havia sido divulgada. Em depoimento, o investigado declarou que seria fazendeiro.