Cid usou e-mail da Presidência ao pedir vaga para filha em escola dos EUA
A troca de mensagens entre Cid e a escola, com uso de e-mail institucional, consta em documentos enviados à CPI do 8 de Janeiro
atualizado
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O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tentou conseguir uma vaga para a filha em uma escola da Flórida, nos Estados Unidos, com uso do e-mail institucional associado à Presidência da República.
A troca de mensagens consta em arquivos enviados à CPI que investiga os ataques de 8 de janeiro, aos quais o Metrópoles teve acesso. O e-mail foi encaminhado em cópia para o irmão, Daniel Cid.
Como mostrou reportagem da coluna de Rodrigo Rangel, do Metrópoles, o irmão do tenente-coronel Mauro Cesar Cid comprou mansão de R$ 8,5 milhões nos EUA. Nos últimos anos, ele fez outras aquisições milionárias, incluindo uma casa na Flórida.
Em 8 de janeiro de 2022, Cid entrou em contato com a escola Divine Savior Academy, uma escola localizada na cidade de Doral, no estado da Flórida. No e-mail, ele diz estar interessado em uma vaga para a filha e questiona quais seriam os processos para realizar a matrícula.
A escola, porém, responde que no ano letivo relativo a 2021 e 2022 não haveria vagas. Na resposta, que consta entre os itens excluídos, a instituição encaminha a Cid um link para o processo seletivo seguinte, que contempla 2022 e 2023.
“Nós existimos para prover aos estudantes excelência em educação num ambiente cristão. Esperamos poder ter uma parceria com sua família para dar a sua filha uma educação sólida para o futuro”, diz a escola no e-mail.
O Metrópoles questionou a defesa de Cid sobre o uso do e-mail institucional para essa finalidade. No entanto, não houve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio no âmbito da Operação Venire, que apura esquema de fraudes em cartões de vacinação.
A PF investiga se Cid cometeu os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.
Além disso, o tenente-coronel é considerado uma das peças-chaves para as investigações sobre os ataques ocorridos no dia 8 de janeiro, uma vez que foram encontradas mensagens de teor golpista no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.