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Cid revelou em mensagem que Bolsonaro sabia de carta golpista. Veja

Segundo a PF, carta foi feita por militares do Exército para pressionar o comando a aderir à ruptura institucional. “Sabe”, disse Mauro Cid

atualizado

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O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid -- Metrópoles
1 de 1 O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid -- Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O relatório da Polícia Federal (PF), resultado da investigação sobre a tentativa de golpe desencadeada no final de 2022, após as eleições presidenciais, aponta que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia e concordava com a elaboração de uma carta golpista. O documento seria assinado por oficiais do Exército, para pressionar o comando a aderir à ruptura institucional.

Em troca de mensagens do dia 26 de novembro de 2022, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República tenente-coronel Mauro Cid confirmou que Bolsonaro sabia da elaboração do texto. Ele respondeu a uma pergunta do tenente-coronel Sergio Cavaliere, que é um dos 37 indiciados pela PF, suspeito de integrar o Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.

O “01 sabe disso?”, perguntou Cavaliere, enquanto Cid respondeu: “Sabe”. Em depoimento à PF, Cavaliere confirmou que, ao escrever “01”, ele estava se referindo a Bolsonaro e que o contexto da conversa era, justamente, sobre o conhecimento do presidente sobre a tal carta. Veja:

“As trocas de mensagens evidenciam que a confecção e disseminação da carta com teor golpista, assinada por oficiais do Exército, era de conhecimento e anuência do então presidente”, diz a PF no relatório.

A carta, intitulada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, teria sido concebida durante a última semana de novembro de 2022. Em uma outra mensagem, Cavaliere chegou a dizer: “Espero que o PR (presidente da república) não se esqueça dos que estão indo para o sacrifício”.

De acordo com a investigação, a elaboração teve participação dos seguintes militares: tenente-coronel Mauro Cid, coronel Anderson Lima de Moura, coronel Carlos Giovani Delevati Pasini, coronel José Otávio Machado Rezo Cardozo, coronel Sérgio Cavaliere e coronel Ronald Ferreira.

“Os integrantes da organização criminosa buscavam obter o suporte do braço armado do Estado para que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, assinasse o decreto golpista, mantendo-se no poder, sem oposição dos poderes constituídos, especialmente do poder Judiciário”, concluiu a PF.

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Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos
Núcleo de inteligência paralela
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
Núcleo Jurídico
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Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral

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Falta de apoio do Exército e da Aeronáutica

A investida, no entanto, não teria sido suficiente para convencer o comando do Exército. O relatório da PF sugere que o golpe de Estado só não foi consumado no Brasil, em dezembro de 2022, por falta de apoio das Forças Armadas.

Os comandantes do Exército e da Aeronáutica à época, Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Jr., respectivamente, não concordaram com a proposta da minuta de golpe apresentada a eles por Bolsonaro, durante reunião. Eles confirmaram isso em depoimento à PF, este ano, e acusaram o ex-presidente.

Os militares relataram que Bolsonaro chegou a apresentar o esboço da minuta golpista, com o intuito de evitar a posse da chapa vencedora nas eleições de 2022. Na ocasião, apenas o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria sinalizado de forma positiva. O nome dele aparece na lista de 37 indiciados por golpe de Estado.

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