Cid depõe na PF sobre ações de hacker. Veja pontos a serem analisados
O tenente-coronel Mauro Cid já prestou três depoimentos à Polícia Federal (PF), contando com este de segunda-feira (28/8)
atualizado
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Após a remarcação do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens do governo Jair Bolsonaro (PL-RJ) retornou, nesta segunda-feira (28/8), à sede da Polícia Federal (PF) para novo relato às autoridades brasileiras. Ainda há muitos pontos a serem elucidados sobre o contexto no qual Cid está envolvido.
Espera-se que Cid fale sobre a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto, condenado a 20 anos de prisão na última segunda-feira (21/8). O depoimento do tenente-coronel está marcado para às 10h desta segunda.
Veja algumas das questões ainda em aberto, as quais a PF busca respostas:
- Se houve envolvimento de Mauro Cid com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Bolsonaro, acusados pelo hacker de pagar e coordenar a invasão ao sistema do CNJ;
- Se ele possui informações sobre as tratativas entre Delgatti, Zambelli e Bolsonaro;
- Se houve participação de Mauro Cid na invasão ao sistema do CNJ;
- Se o militar participou de encontros com os possíveis envolvidos (Delgatti, Zambelli e Bolsonaro);
- Se ele lidou diretamente ou não com o próprio Delgatti;
- Se Cid tinha conhecimento do caso;
- Se Cid lidou direta ou indiretamente com terceiros para facilitar o acesso de Delgatti ao Ministério da Defesa.
O novo depoimento de Cid está atrelado ao testemunho feito pelo hacker Delgatti perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) responsável por investigar os ataques antidemocráticos, ocorridos em 8 de janeiro deste ano.
Na ocasião, Delgatti relatou ter encontrado Bolsonaro no Palácio do Alvorada e com militares no Ministério da Defesa para tratativas acerca da invasão do sistema do CNJ, que ele afirmou ter senhas fáceis, além de ter fornecido provas sobre o caso.
O nome de Mauro Cid foi envolvido na questão de invasão do sistema do CNJ por Delgatti, que alegou que o tenente-coronel estava presente na reunião que envolveu Zambelli e Bolsonaro, em agosto do ano passado, no Palácio do Alvorada.
Outras questões de Mauro Cid
Mauro Cid já prestou outros dois depoimentos à PF, sendo: um sobre o possível esquema de venda de presentes recebidos de delegações estrangeiras; e outro sobre a alteração de dados nos cartões de vacinação da família Bolsonaro.
Na última sexta-feira (25/8), ele depôs por cerca de duas horas, tendo passado um total de seis horas dentro da PF – no entanto, o depoimento foi suspenso por conta da necessidade da defesa de Mauro Cid ter acesso aos autos que envolvem o hacker da Vaza Jato, como é conhecido Walter Delgatti Neto.
Mauro Cid está preso preventivamente desde maio deste ano no batalhão do Exército, em Brasília, no Distrito Federal.