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Cid trocou mensagens sobre joias: “Pior é que está documentado”

Mauro Cid enviou mensagens ao advogado Fábio Wajngarten em março deste ano. Eles conversaram sobre joias presenteadas à Presidência

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Áudio filha Mauro Cid intervenção
1 de 1 Áudio filha Mauro Cid intervenção - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), trocou mensagens com o advogado Fábio Wajngarten sobre joias presenteadas à Presidência da República. “O pior é que está tudo documentado”, escreveu o militar.

O material foi obtido pela jornalista Juliana Dal Piva, do portal Uol, e divulgado neste sábado (2/9). A conversa entre Cid e Wajngarten ocorreu em 3 de março deste ano, via WhatsApp.

Na ocasião, Cid enviou ao advogado o link de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, que revelava a apreensão de um kit de colar e brincos com diamantes, avaliado em aproximadamente R$ 5 milhões, no aeroporto de Guarulhos, em 2021.

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aliados de Bolsonaro veem Mauro Cid mais perto de voltar à prisão
Tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Mauro Cid na CPMI do 8 de Janeiro
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As joias chegaram ao país com um assessor do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Segundo a reportagem enviada por Cid a Wajngarte, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria tentado recuperar os itens em dezembro de 2022.

“Eu nunca vi tanta gente ignorante na minha vida”, escreveu Wajngarten a Cid após receber a reportagem. O tenente-coronel respondeu: “Difícil mesmo. O pior é que está tudo documentado”.

“Documentado como? Explique-me, por favor”, continuou Wajngarten. Cid, então, enviou uma série de mensagens ao advogado. O conteúdo, no entanto, foi apagado em seguida.

Cid mencionou Receita Federal

De acordo com o material obtido pelo Uol, na mesma data, Cid enviou áudios a Wajngarten afirmando que Bolsonaro foi avisado pela Receita Federal sobre o kit de joias apreendido.

“O presidente só ficou sabendo no final do aon, quando o chefe da Receita avisou que tinha um bem presenteado para ele que estava ali. Então foi só bem no final do ano que ele ficou sabendo. Não sei dizer a data. Tanto que, em 2022, ninguém tocou nisso ai. Por isso que entrou para leilão, porque ficou mais de um ano”, afirmou.

Wajngarten respondeu horas depois fazendo uma série de perguntas a Cid sobre a localização de um segundo pacote de joias, que incluia um kit rosé da grife Chopard. Os itens entraram clandestinamente no Brasil. “Onde está o acervo dele?”, “Quem cuida?”, questionou o advogado.

Cid respondeu: “Deve estar em algum depósito. O militar também mencionou o coronel Marcelo Câmara, auxiliar de Bolsonaro, como responsável por cuidar dos itens.

Ainda segundo as mensagens, o advogado defendeu que o segundo pacote fosse entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Acho que tínhamos de disponibilizar o bem imediatamente através do advogado”, disse. Cid respondeu: “Perfeito”.

O militar, no entanto, não mencionou que as joias estavam nos Estados Unidos e que havia tentado vendê-las em Nova York, como investiga a Polícia Federal.

A reportagem do Metrópoles procurou o advogado Fábio Wajngarten para comentar sobre o caso. Ele afirmou que a troca de mensagens se trata de “gestão de crise da imprensa”. A defesa de Mauro Cid também foi procurada, mas não respondeu até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Operação Lucas 12:2

A operação deflagrada em 11 de agosto pela Polícia Federal (PF) investiga a venda de presentes oficiais dados ao Estado brasileiro pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e pelo general da reserva Mauro César Lourena Cid, pai de Cid.

Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior.

Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Depois da venda, o dinheiro entraria no patrimônio pessoal dos suspeitos por meio de terceiros, sem que bancos ou instituições financeiras formais fossem acionadas. Assim, origem, localização e propriedade dos valores eram escondidos.

 

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