Cid diz que Michelle e Eduardo incitaram Bolsonaro a dar golpe
O tenente-coronel, em delação premiada, disse haver um grupo radicalizado próximo a Bolsonaro, incluindo a esposa e um dos filhos
atualizado
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Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que havia um grupo de conselheiros radicais junto ao então presidente Jair Bolsonaro (PL). Dentre eles, a esposa, Michelle, e o filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam incentivado um golpe de Estado. As informações são do site UOL.
Tanto Michelle quanto Eduardo teriam incitado o então presidente a rejeitar o resultado da eleição presidencial de 2022 e dar um golpe de Estado para continuar no poder. O grupo radical dizia, de acordo com a delação de Cid, que Bolsonaro poderia contar com o apoio dos eleitores, sobretudo aqueles com licenças de armas tipo CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador).
Segundo o tenente-coronel, o plano de dar um golpe só não foi adiante porque não houve apoio suficiente das Forças Armadas. Os militares também haviam sido mobilizados por Bolsonaro para descobrir fragilidades no processo eleitoral no país.
Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ainda contou que o então presidente resistiu a desmobilizar os acampamentos de apoiadores em frente ao Exército, porque acreditava na descoberta de alguma fraude na eleição passada, o que poderia anular a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em nota, o advogado de Bolsonaro e Michelle, Paulo Cunha Bueno, classificou as acusações de “absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova”. Bueno afirmou que o ex-presidente e familiares “jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país”.
O deputado Eduardo também negou envolvimento: “Querer envolver meu nome nessa narrativa não passa de fantasia, devaneio”.
Delação de Cid
Mauro Cid foi preso em maio após investigações sobre possíveis fraudes nos cartões de vacinação da família Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens pôde deixar a prisão em setembro, ao firmar um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF), cujo principal alvo é o ex-presidente.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou os pedidos de Cid para remover a tornozeleira eletrônica e voltar às suas funções no Exército.
Para o magistrado, seria “absolutamente prematuro remover as restrições impostas ao investigado”, já que a apuração ainda está em andamento.