Chuvas deixam rastro de destruição no Nordeste e geram alerta no Norte

Deslizamentos causados por chuvas na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco, já deixaram ao menos 34 vítimas até a tarde deste sábado (28/5). As precipitações acontecem desde o início da semana, em um fenômeno que se alastra por regiões de Alagoas, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte, e se intensificaram neste sábado.

“Chuva superior a 60 mm/h ou acima de 100 mm/dia. Grande risco de grandes alagamentos e transbordamentos de rios, grandes deslizamentos de encostas, em cidades com tais áreas de risco”, afirmou o Instituto de Metereologia (Inmet) sobre a situação em Pernambuco nas próximas 24 horas.

O Inmet emitiu alertas de “Grande Perigo” para a Região Metropolitana de Recife, Agreste Pernambucano, Zona da Mata Pernambucana, Agreste Paraibano, Borborema, Mata Paraibana, Leste Alagoano e Agreste Alagoano. O aviso é válido até as 10h do domingo

Veja a lista completa dos municípios afetados aqui.

🌧️#Chuva: Imagens de satélite do Inmet mostram que ainda há muitas nuvens e chuva na região de Pernambuco, incluindo a Grande Recife.

Fique atento às orientações dor órgãos locais! pic.twitter.com/PwzWL3a2hH

— INMET (@inmet_) May 28, 2022

Norte e Nordeste em alerta

Até a tarde deste sábado (28/5), a Defesa Civil de Alagoas informou que o número de desabrigados e desalojados no estado passou de 3.813 para 4.112 nas últimas 24 horas. No total, são 1.854 desabrigados e 2.258 desalojados.

O último relatório da Secretaria do Meio Ambiente do estado aponta que a barragem Vitor Wanderley, no município do Coruripe, 80 quilômetros ao sul de Maceió, está no volume máximo. Já na barragem da Cooperativa Pindorama, próxima dali, o dispositivo que regula a vazão da água se rompeu. Segundo o governo, o reparo só poderá ser feito quando as águas baixarem, nas próximas duas ou três semanas.

A cidade com o maior índice de pessoas afetadas pelas chuvas continua sendo São Miguel dos Campos, com 528 desabrigados e 432 desalojados, totalizando 960 pessoas vítimas do temporal. Em Maceió, há o registro de 89 pessoas desabrigadas e 485 desalojadas.

No Rio Grande do Norte, até as 11h deste sábado, a capital do estado, Natal, registrou um acumulado de aproximadamente 60 milímetros nas 24 horas anteriores – 43 mm somente nas últimas 12 horas, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Não não registro de mortos ou desabrigados até o momento.

De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba, as chuvas de intensidade moderada a forte no estado vão durar até domingo, principalmente na região do Brejo e em parte do agreste Paraibano. Também não há registro de mortos ou desalojados.

Um trecho da rodovia BR-174, a única que liga Roraima ao resto do Brasil, segue interditado neste sábado por risco de rompimento da pista. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o bloqueio atinge o KM 309 da rodovia, que fica entre as vilas Nova Petrolina e Novo Paraíso, próximas ao Rio Baraúna.

Pará, Maranhão, Amazonas, Piauí, Roraima, Amapá, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe estão em alerta amarelo para baixo risco de alagamentos e pequenos deslizamentos.

Onda de Leste

As chuvas que atingem o Nordeste do país desde a última segunda (23/5) têm relação com o chamado Distúrbio Ondulatório de Leste (DOL), ou “onda de Leste”, que provocam forte liberação de calor, gerando, assim, perturbações nos campos de vento e pressão.

Com isso, aumentam as chuvas, porque se formam nuvens por causa da circulação do vento que vem da África, passam pelo oceano e chegam ao Nordeste brasileiro.

O fenômeno ocorre em regiões tropicais, e já atingiu Pernambuco em outros anos, provocando precipitações acima dos padrões normais para o período. De acordo com a Prefeitura do Recife, as chuvas registradas nas últimas 96 horas chegam a acumular até 443 mm em determinadas regiões da cidade.

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