Chuva, inundação e mortes: o que está ocorrendo no Rio Grande do Sul?
Bloqueio e microexplosão atmosféricos estão entre as explicações para o fenômeno. Chuvas podem ocorrer até esta sexta-feira (3/5)
atualizado
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O Rio Grande do Sul enfrenta um dos piores dilúvios da sua história nesta semana. Chuvas, inundações, destruição e mortes assolam o estado, onde milhares de pessoas se encontram em condições precárias e vulneráveis. Mas o que causa isso tudo?
Existe uma combinação de fenômenos climáticos que provocam o problema no Rio Grande do Sul. O que está causando as chuvas é um bloqueio atmosférico provocado pelos ventos na alta atmosfera, em torno de 11 ou 12 mil metros de altura, que se encontra no norte da Argentina e no RS, o que faz com que os sistemas frontais não passem do estado e fiquem estagnados.
A forte convergência da parte norte do país, que canaliza a umidade pela Bolívia e norte da Argentina, estagnou em cima do RS com maior intensidade. Enquanto esse bloqueio existir, as chuvas continuam, segundo Francisco Assis, meteorologista e consultor climático.
Os ventos na alta atmosfera são conhecidos como Correntes de Jatos, as quais têm o domínio de manobrar o tempo e o clima em qualquer região na terra. O bloqueio atmosférico causa, ainda, a alta pressão atmosférica no Centro-oeste, provocando a onda de calor.
Na Região Amazônica, os jatos carregados de umidade são desviados pelos Andes em direção ao Sul do Brasil.
As chuvas continuam enquanto o bloqueio atmosférico estiver presente
Outros fenômenos
O MetSul relatou o acontecimento do fenômeno microexplosão atmosférica, onde nuvens se formam sob alta umidade, alcançando até 15 a 20 quilômetros de altura e gerando ventos destrutivos.
Uma microexplosão chegou atingir o município gaúcho de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, durante uma tempestade no último sábado.