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Chuva frustra ato indígena com voo de drones na Esplanada, em Brasília

Milhares de indígenas que estão mobilizados em Brasília, no 18º Acampamento Terra Livre, levaram dezenas de drones para manifestação visual

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Hugo Barreto/Metrópoles
ATL2022: Ato ‘A Queda do Céu’
1 de 1 ATL2022: Ato ‘A Queda do Céu’ - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Milhares de indígenas mobilizados no 18° Acampamento Terra Livre (ATL) realizam em Brasília, na noite desta quarta-feira (13/2), na Esplanada dos Ministérios, uma manifestação para exigir direitos e protestar contra o governo federal e o Congresso Nacional. A chuva que caiu na capital, porém, frustrou o momento que seria o ponto principal do ato.

Com a ajuda de 150 drones, os indígenas realizariam um ato chamado A Queda do Céu com o objetivo de denunciar abusos como o garimpo criminoso em suas terras e a falta de ação do poder público para protegê-los.

A ideia era mostrar um espetáculo que remetesse ao show de drones na abertura das Olimpíadas de Tóquio, com os veículos voando de maneira coordenada e desenhando figuras e mensagens no céu da capital federal.

Uma chuva fina caiu no início da noite na capital impediu o voo dos drones.

O nome do ato remete ao título do livro A Queda do Céu, do xamã yanomami Davi Kopenawa, um dos mais destacados líderes indígenas do país. Na monumental obra, escrita junto ao antropólogo Bruce Albert, Kopenawa relata suas memórias e alerta para o risco do esgotamento dos recursos naturais pela ganância dos brancos.

Antes da frustração com a impossibilidade de voar, os indígenas realizaram uma cerimônia com danças e cantos tradicionais de várias etnias e com a presença de apoiadores célebres, como a política Marina Silva.

Coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a líder indígena Sônia Guajajara lamentou a impossibilidade de fazer o ato visual. “Seria bonito e simbólico da nossa luta, mas infelizmente não pôde acontecer dessa vez”, disse ela.

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A intervenção é parte do ATL 2022, ato assim chamado pelos indígenas, que pretende levar para o céu de Brasília mensagens dos povos da floresta.
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A intervenção parte do ATL 2022 e levará para o céu de Brasília mensagens dos povos indígenas.
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Mobilização anual

Entidades que representam povos indígenas do país inteiro promovem em Brasília, até esta quinta-feira (14/4), a 18ª edição anual do Acampamento Terra Livre, que tem como objetivo pressionar Congresso e governo federal contra projetos que os povos originários consideram retrocessos.

Entre seis mil e oito mil indígenas, segundo a organização, estão na capital desde a última semana acampados no Eixo Monumental, entre o Centro de Convenções Ulysses Guimarães e a Funarte, a cerca de três quilômetros da Praça dos Três Poderes. Eles realizaram debates e manifestações, incluindo marchas até a região onde ficam o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Nessa terça-feira (12/4), o ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no acampamento e falou aos indígenas, que têm se colocado como resistência ao governo de Jair Bolsonaro. Lula prometeu retomar as demarcações de terras desses povos originários, impedir a mineração nessas terra e criar um “Ministério das Questões Indígenas” se for eleito novamente à Presidência da República.

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