China libera entrada de carne brasileira autorizada antes de embargo
O Ministério da Agricultura determinou que os frigoríficos brasileiros credenciados suspendessem a venda na última semana de outubro
atualizado
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A China liberou, nesta terça-feira (23/11), a carne que havia sido exportada pelo Brasil e passado pelo crivo das agências sanitárias do país antes da determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que suspendeu a venda de carnes para o país. A decisão foi comunicada pela Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), segundo a agência Reuters.
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirma o recebimento de comunicado da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, em inglês) de que as cargas de carne bovina que receberam a certificação sanitária até o dia 3 de setembro de 2021 poderão ser internalizadas na China”, disse o Mapa em nota à imprensa.
Em conversa com jornalistas na chegada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a ministra Tereza Cristina disse que a liberação se tratou de um “processo técnico que caminhou passo a passo”.
“Estamos encerrando com essa liberação. Dos certificados sanitários desse que foram emitidos até 3 de setembro, um dia antes do anúncio dos dois casos. Isso já alivia um pouco os exportados, porque tinham muitos desses containers que estavam no mar, outros estavam nos portos, na própria China e serão, então, liberados para entrarem na China agora”, disse Tereza.
O imbróglio envolvendo a carne bovina brasileira e a China começou em 4 de setembro, após casos suspeitos de vaca louca — doença que degenera o sistema nervoso do animal — terem sido registrados em Minas Gerais e Mato Grosso.
Após 45 dias sem a China comprar carne bovina brasileira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que os frigoríficos brasileiros credenciados para vender produtos ao país asiático suspendam imediatamente a produção.
“Temos o próximo passo que é liberar a suspensão da carne brasileira daqui pra frente. Começamos e estamos em andamento nesse processo e espero que isso aconteça no próximo mês”, comentou Tereza Cristina.
Seguindo o acordo comercial, o Brasil pode parar a exportação, o que foi feito. Entretanto, a retomada depende da decisão do governo chinês, que mantém o embargo.
A paralisação derrubou o volume de carne bovina exportada, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Até a terceira semana de outubro, o Brasil vendeu 4,5 mil toneladas de carne na média diária, contra 8,1 mil toneladas no mesmo mês do ano passado.
Para a ministra, apesar dos prejuízos do setor, também houve benefícios. “Teve um prejuízo, no qual o produtor rural perdeu o valor da arroba. Muitas indústrias tiveram que dar férias, então houve realmente um prejuízo inicial, mas a arroba do boi subiu novamente”, finalizou Tereza.