Cheia na Lagoa dos Patos ameaça cidades da costa doce do RS
Água deve descer para região, prevê governador Eduardo Leite, e famílias já estão sendo retiradas. Vento influencia em fenômeno
atualizado
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A região da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, onde estão municípios populosos como Pelotas e Rio Grande, pode experimentar o pico de elevação do nível da água em dois dias. A previsão é do governador Eduardo Leite.
A expectativa é que a Lagoa dos Patos receba a água de mananciais e encha acima do ponto de transbordamento. Também chove na região.
“A depender da direção do vendo, vai escoar mais rápido ou mais lento. Mas mesmo assim, vai subir muito o nível do lago e vai trazer muitos transtornos aos municípios da costa doce, aqueles municípios que estão à beira da Lagoa dos Patos”, disse em uma rede social o governador.
A Prefeitura de Pelotas divulgou que, na altura do Trapiche, o nível da água era de 1,82 metro. No perfil da administração municipal no X (antigo Twitter), há uma orientação expressa para evacuação de algumas áreas.
“Moradores da Colônia Z3, Doquinhas, Pontal da Barra, Rua Nova Prata, no Valverde e habitações próximas à ponte sobre o Canal São Gonçalo, em direção a Rio Grande estão em risco e precisam deixar suas casas imediatamente”, diz uma mensagem publicada às 21h51.
“Nos ajudem para que a gente possa salvar vidas, reduzir os transtornos e depois a gente vai estar junto para a reconstrução”, apelou Leite. O governador acrescentou que a velocidade do vento terá influência sobre a movimentação da água.
Descrição
A Lagoa dos Patos é um espelho d’água com 265 quilômetros de comprimento e 60 de largura, na quota máxima. A profundidade chega a até 7 metros. A área é de 10.144 quilômetros quadrados (km²), ou seja, o equivalente a 6,6 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
O município de Pelotas tinha, conforme o IBGE, 325 mil habitantes em 2022. A última estimativa de população exposta ao risco é de 2010. Naquele ano eram 53,4 mil pessoas. Mais ao Sul, está Rio Grande, que tem 191 mil habitantes. Esta localidade está no estreito canal pelo qual passa a água até ela chegar ao mar.
“A depender da direção do vento, vai escoar mais rápido ou mais lento. Mas mesmo assim, vai subir muito o nível do lago e vai trazer muitos transtornos aos municípios da costa doce, aqueles municípios que estão à beira da Lagoa dos Patos”, disse Leite.
Até o momento, 85 mortes já foram confirmadas tendo relação com as chuvas. Há ainda 134 desaparecidos e mais de 300 feridos.