“Chegaram e atiraram”, diz testemunha sobre execução de médicos no Rio
Testemunha presenciou o crime que aconteceu no começo da madrugada desta quinta (5/10), em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Pessoas que presenciaram os assassinatos de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, na madrugada desta quinta-feira (2/10), afirmaram que a ação foi muito rápida e não se tratava de um assalto. De acordo com as pessoas que viram a situação, foram momentos horríveis. Uma testemunha disse que não houve nenhuma palavra dos assassinos.
“Não teve conversa, não teve voz de assalto, nem nada, simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito, muito rápido. Em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. Foi simplesmente uma execução. Então, a gente percebeu que não foi um assalto exatamente”, disse a testemunha ao portal G1.
O crime foi registrado por câmeras de segurança do quiosque. Conforme as testemunhas, os criminosos efetuaram, ao menos, 33 disparos contra os médicos.
Possível execução
Os criminosos fugiram. Agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) chegaram a efetuar buscas nas proximidades, mas ninguém foi preso. A Polícia Civil do RJ (PCERJ) acredita em execução, já que nada foi levado e os criminosos já chegaram atirando. Ainda segundo as testemunhas, os assassinos não falaram nada.
“A Polícia Civil [do Rio] está se utilizando de todas as ferramentas possíveis para conseguirmos o máximo de provas o quanto antes para dar a efetiva resposta a esse caso”, afirmou o diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), delegado Henrique Damasceno, à imprensa.
Vítimas
Os profissionais de medicina mortos eram especializados em ortopedia e foram identificados como Perseu Ribeiro de Almeida, 33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Um quarto médico foi alvejado. Daniel Sonnewend Proença, 33, que está internado em estado grave no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Corsato, que faria 63 anos na semana que vem, era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele morreu na hora.
Diego Bonfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina. Ele era irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSol-SP).
Perseu de Almeida, que completou 33 anos na terça-feira (3/10), nasceu na Bahia e fazia especialização em São Paulo. Ele era especialista em cirurgia do pé e tornozelo também pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP e morreu na hora.
Por meio de nota, a USP lamentou o ocorrido, e a Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) repudiou o crime, além de pesar pela morte dos profissionais, e ressaltou a preocupação com a escalada violenta no país.