Chega a São Paulo avião com primeiro lote de vacinas da Pfizer
Primeiro lote é parte de um contrato que prevê a entrega de 100 milhões de doses até o fim do terceiro trimestre deste ano
atualizado
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São Paulo – Tocou o solo, às 19h20 desta quinta-feira (29/4), no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), o avião que transporta 1 milhão de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19. O avião, que saiu da Bélgica e fez escala em Miami (EUA), estava previsto para aterrissar às 19h.
É a primeira remessa das doses do imunizante, feito em parceria com a BioNTech, que vem para o Brasil.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estava no local ao lado do ministro Fábio Faria, das Comunicações, Carlos França, das Relações Exteriores, e Carlos Murillo, presidente regional da Pfizer na América Latina.
“A saúde é um direito fundamental consagrada em nossa Constituição Federal. É direito de todos e dever do estado e esse direito hoje se materializa através de uma ampla campanha de vacinação da nossa sociedade Essa campanha não começou hoje, começou em janeiro e já vem muito bem”, disse Queiroga.
A equipe de ministros do governo não atendeu a imprensa para responder a perguntas.
Nesta primeira etapa de distribuição, 500 mil vacinas serão entregues para as 27 capitais do país, destinadas à aplicação da primeira dose, a partir desta sexta-feira (30/4). Na próxima semana, a outra metade será distribuída para que a segunda dose seja administrada.
A compra faz parte de um contrato que prevê a entrega de 100 milhões de unidades até o fim do terceiro trimestre deste ano. No final de junho, está previsto o envio de mais 14 milhões de imunizantes.
A entrega não será estendida a outras cidades devido à falta de estrutura para armazenamento nesses locais. As vacinas devem ficar guardadas entre -25 °C e-15 °C por até 14 dias. Ao chegarem às salas de vacinação, os imunizantes serão armazenados entre 2 °C e 8 °C, e deverão ser aplicados em até cinco dias.
Hoje, apenas duas fórmulas contra a Covid-19 são usadas no Programa Nacional de Imunizações (PNI): a Coronavac, feita pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a AstraZeneca, produzida no país pela Fiocruz. Nesta quinta, o Brasil ultrapassou 400 mil mortes pelo novo coronavírus.
Governo já negou a vacina
A vacina da Pfizer foi a primeira a conseguir registro definitivo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 23 de fevereiro. O imunizante já conseguiu a aprovação das principais agências internacionais e está sendo aplicado em larga escala em vários países, como Israel e Estados Unidos.
A chegada da vacina acontece após polêmicas que envolveram o governo federal e a Pfizer. Em 2020, a gestão Jair Bolsonaro (sem partido) rejeitou três ofertas para a compra de 70 milhões de doses produzidas pela farmacêutica. Desse total, 3 milhões poderiam ter sido aplicados até fevereiro.
O Ministério da Saúde demonstrou interesse na compra dos fármacos da Pfizer em março, quando o general Eduardo Pazuello ainda era ministro da pasta.
De acordo com estudos publicados até o momento, a vacina tem eficácia de 95% e poucos efeitos colaterais. Nos testes feitos no Brasil, a eficácia aferida foi de 87,7%. Duas doses devem ser aplicadas com intervalo de 21 dias, e, segundo a farmacêutica, a fórmula funciona contra a variante brasileira.