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Chega a 82 total de vítimas de médico investigado por mutilações

Em dois dias, mais nove vítimas ou familiares procuraram a Polícia Civil para denunciar médico. Do total de casos, 21 pessoas morreram

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cirurgião médico mutilação de pacientes novo hamburgo rio grande do sul - Metrópoles
1 de 1 cirurgião médico mutilação de pacientes novo hamburgo rio grande do sul - Metrópoles - Foto: Reprodução/Instagram

O número de ocorrências contra o cirurgião João Couto Neto, investigado por erro médico e negligência, chegou a 82 na manhã desta quinta-feira (29/12). João Couto Neto é médico em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e suspeito de causar ferimentos graves em pacientes, principalmente no intestino, durante procedimentos. A suspeita é de que o profissional fazia uma grande quantidade de cirurgias em um curto período de tempo.

Do total de vítimas, 21 são casos em que o paciente morreu. Na terça, eram 73 vítimas, sendo 18 óbitos. Ou seja, pelo menos nove boletins foram feitos em dois dias.

Segundo o delegado Tarcísio Lobato Kaltbach, os novos registros policiais apresentam relatos semelhantes às denúncias já feitas.

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Cirurgião João Couto Neto, suspeito de mutilar pacientes em cirurgias
Cirurgião de Novo Hamburgo participa do esporte off road
Para a Polícia Civil, João Couto é suspeito de erro médico
Médico usava redes sociais para promover seu trabalho
Médico João Couto realiza cirurgia usando tecnologia 3D
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Cirurgião João Couto Neto, suspeito de mutilar pacientes em cirurgias

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Médico João Couto realiza cirurgia usando tecnologia 3D

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“Os pacientes tiveram ferimentos graves em órgãos do corpo e, em geral, no intestino. Os que sobreviveram buscaram outros médicos para receberem o tratamento adequado e recuperarem a saúde. Vários pacientes foram a óbito”, afirmou o delegado Tarcísio Lobato no início da semana.

Investigação

João Couto é especialista em cirurgias de hérnia, vesícula e refluxo. A maioria das operações são feitas por videolaringoscopia no Hospital Regina, unidade particular de Novo Hamburgo.

No começo de dezembro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra o médico em casa, consultório e no hospital. Os policiais apreenderam aparelhos eletrônicos e documentos para auxiliar na investigação.

Além disso, em 12 de dezembro, o Judiciário determinou o afastamento do médico de suas funções por seis meses.

Inicialmente, a investigação contava com 15 vítimas, sendo cinco óbitos. No entanto, após a divulgação da operação na imprensa, dezenas de novas vítimas procuraram a Polícia Civil, e o número total de boletins de ocorrência deve passar de 100.

Anos de experiência

Em 12 de dezembro, data em que a Justiça determinou a proibição de João Couto exercer a profissão por seis meses, o médico fez uma publicação nas redes sociais sobre seus anos de experiência.

“Atuar como médico é sempre um grande desafio. Temos plena consciência e certeza de praticar a medicina para a melhor saúde dos pacientes”, escreveu o cirurgião.

“E, com esta responsabilidade e maturidade, nos sentimos confortáveis em afirmar que realizamos mais de 20 mil cirurgias e procedimentos durante os últimos 19 anos, cumprindo os mais elevados preceitos médicos, honrando esta profissão, que é a melhor tradução de minha vida”, acrescentou.

Nas redes sociais, surgem comentários de ex-pacientes criticando a conduta do médico, mas também depoimentos de ex-pacientes que defendem o profissional e dizem ter tido uma boa experiência com ele.

O Metrópoles entrou em contato com o cirurgião pelo telefone indicado em suas redes sociais, mas não obteve retorno até o momento.

Hospital se posiciona

A direção do Hospital Regina informou ao Metrópoles que está colaborando com as autoridades na investigação das acusações envolvendo o médico. A documentação médica solicitada pela justiça já foi finalizada, mas a unidade de saúde alegou que desconhece o inquérito policial, já que está em segredo de justiça.

Na época do cumprimento da busca e apreensão, 14 nomes de pacientes foram citados pela Polícia Civil ao hospital, sendo que 11 desses nomes realizaram cirurgia na unidade. Desse total, quatro já tinham formalizado denúncia na ouvidoria do Hospital Regina. Um dos casos tinha sido encaminhado à Comissão de Ética do corpo clínico.

O hospital ainda defendeu que o médico investigado não tem vínculo trabalhista ou de contrato com a unidade e apenas usa o espaço do hospital para exercer sua profissão.

“O Hospital Regina lamenta, profundamente, os fatos relatados e informa que prontamente criou uma Comissão de Comunicação Interna para acolhida e escuta dos representantes dos pacientes e familiares”, escreveu a direção em nota.

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