Chanceler da Rússia, Sergey Lavrov desembarca em Brasília
Sergey Lavrov é o primeiro representante do primeiro escalão da Rússia a vir ao Brasil desde o início da guerra. Lula defende plano de paz
atualizado
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O ministro de Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, desembarcou em Brasília por volta das 8h desta segunda-feira (17/4) para uma visita de trabalho no Brasil. O chanceler russo será recebido às 10h30 no Palácio do Itamaraty, pelo ministro Mauro Vieira. Durante a tarde, participará de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto.
Após o encontro bilateral na sede do Ministério das Relações Exteriores, às 10h30, Lavrov e Vieira participarão de uma reunião ampliada com outros membros do governo e chancelaria brasileira.
Antes do almoço, o representante russo fará uma declaração à imprensa e, às 15h, deve se reunir com o mandatário brasileiro. O encontro com Lula consta na agenda do ministro Mauro Vieira.
Esta é a primeira vez que um representante do primeiro escalão do governo de Vladmir Putin vem ao Brasil, após o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. A posição brasileira de neutralidade se mostrou dúbia em diversos momentos do conflito.
Segundo o Itamaraty, a pauta do encontro bilateral inclui as perspectivas da cooperação em áreas de interesse comum, com foco em comércio e investimentos, ciência e tecnologia, meio ambiente, energia, defesa, cultura e educação, bem como o fortalecimento do diálogo político sobre temas bilaterais, internacionais e regionais.
“A visita também será ocasião para tratar do conflito na Ucrânia. O Brasil tem defendido, nos foros internacionais e em contatos bilaterais, a cessação imediata de hostilidades e a importância de conjugar esforços diplomáticos que facilitem o alcance de solução pacífica negociada”, informa o MRE.
Além dos laços históricos de amizade e cooperação entre Brasil e Rússia, os países mantêm expressivo relacionamento comercial. A Rússia é o principal fornecedor de fertilizantes para o Brasil. Em 2022, o comércio bilateral atingiu o recorde histórico de US$ 9,8 bilhões.
Negociação de paz
A vinda do principal diplomata russo a Brasília ocorre em meio às propostas de Lula para a criação de um grupo de mediação, com nações não envolvidas no conflito, com o objetivo de alcançar o restabelecimento da paz no Leste Europeu.
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No último domingo (16/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou os Estados Unidos e a Europa de prolongarem a guerra na Ucrânia e defendeu a criação de uma espécie de um G20 político para restabelecer a paz. A declaração ocorreu durante visita do mandatário brasileiro a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
“A paz está muito difícil. O presidente [da Rússia Vladimir] Putin não toma iniciativa de paz, o [presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando a contribuição para a continuidade desta guerra”, afirmou Lula, durante uma coletiva de imprensa no fim da viagem à capital dos Emirados.
O presidente também voltou a acusar a Ucrânia de ter participação no início do conflito. “A construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”, disse.
Parceiro da Rússia em fóruns como o Brics, grupo composto por Rússia, Índia, China e África do Sul, o país é visto com bons olhos pelo Kremlin por não fornecer armas a Kiev, como têm feito países do Ocidente.