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Chacina com violência sexual marcou cidade com mais casos de estupro

Pedreiro matou quatro mulheres e meninas, e abusou sexualmente de três delas. Crime foge do padrão mesmo para cidade com mais estupros

atualizado

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A cidade com mais estupros no Brasil em 2023 ficou marcada justamente por um crime bárbaro que envolvia esse tipo de crime sexual. O município em questão é Sorriso, no Mato Grosso, onde um pedreiro de 32 anos matou quatro mulheres e meninas da mesma família, e abusou sexualmente de três delas, em novembro do ano passado.

Sorriso foi a cidade com a maior taxa de estupro e estupro de vulnerável, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado no mês passado. A cidade chegou a 113,9 estupros a cada 100 mil habitantes.

Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, invadiu a casa das vítimas durante a noite e matou com facadas e asfixia: Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, de 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos. Elas eram mãe e três filhas. Três delas tinham sinais de estupro, segundo investigação policial.

O crime bárbaro que chocou o país está movimentando até o Congresso Nacional, com dois projetos de lei que ajudam a identificar bandidos foragidos. Isso porque Gilberto tinha dois mandados de prisão em aberto: um por estupro no Mato Grosso e outro por latrocínio em Goiás. Mesmo assim, ele estava trabalhando de pedreiro em uma obra vizinha a casa da família.

Apesar do horror da chacina da família Calvi Cardoso, esse tipo de crime foge do padrão de como costumam ser os casos de estupro em Sorriso e resto do país. Delegados que conhecem a cidade e estatísticas mostram que, na maioria dos casos, os agressores são familiares ou conhecidos das vítimas.

Maníaco de Sorriso

Em depoimento informal para a polícia no momento da prisão, Gilberto disse que estava drogado e queria roubar a residência, mas acabou esfaqueando as moradoras e asfixiou a criança de 10 anos porque ela estaria gritando muito.

Os investigadores da Polícia Civil conseguiram confirmar a autoria do crime por causa de marcas de chinelos de Gilberto que ficaram no chão da residência das vítimas, manchado de sangue.

No entanto, o comportamento de Gilberto é reincidente. Ele já foi condenado por assassinar e roubar um jornalista de Mineiros (GO) em 2014, e por estuprar e tentar matar uma mulher em Lucas do Rio Verde (MT). O pedreiro ficou conhecido como o Maníaco de Sorriso, está preso e vai a júri popular.

Mudança na legislação

A chacina da família Calvi Cardoso refletiu no trabalho dos parlamentares no Congresso Nacional. A deputada federal Silvye Alves (União Brasil – GO) fez um projeto de lei para criar o Cadastro Nacional de Pessoa Condenada por Violência Contra a Mulher. Na justificativa do projeto ela cita o crime na cidade de Sorriso.

Já uma proposta do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que prevê o acesso público a informações sobre condenados por crime sexual contra crianças e adolescentes foi reformulada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) neste ano para receber o nome de “Lei Meninas Calvi Cardoso”, em referência à chacina de Sorriso.

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