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CGU abre inquérito para demitir delegados envolvidos em caso Marielle

Delegado foi preso nesse domingo (24/3), como um dos supostos mentores da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes

atualizado

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Tomaz Silva/Agência Brasil
Delegados da Polícia Civil falam sobre a Operação Lawless, no Rio
1 de 1 Delegados da Polícia Civil falam sobre a Operação Lawless, no Rio - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Corregedoria Geral Unificada (CGU) da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro abriu processo, na manhã desta segunda-feira (25/3), para demitir os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do comissário Marco Antônio de Barros Pinto.

Barbosa é apontado pela Polícia Federal como um dos mentores dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes. Já os outros dois são investigados por obstrução do caso.

A corregedoria pediu acesso integral ao inquérito da PF, que apurou as mortes de Marielle e Anderson. Todos já haviam sido afastados das funções públicas por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mandantes

Rivaldo Barbosa tomou posse como chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes da execução da vereadora. A investigação aponta ainda que a morte de Marielle teve como mandantes os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, que também foram presos nesse domingo (23/4).

De acordo com a Polícia Federal, Rivaldo tinha uma “relação indevida” com os mandantes antes do crime e, mesmo não tendo idealizado, foi responsável por ter o controle do processo de execução, com a imposição de condições e exigências. Um dia depois do crime, Barbosa afirmou que a morte de Marielle era um “atentado contra a democracia”.

A defesa de Rivaldo Barbosa disse que o cliente não obstruiu as investigações das mortes de Marielle e Anderson. “Ao contrário. Foi exatamente durante a administração dele que o Ronnie Lessa foi preso”, afirmou o advogado Alexandres Dumans ao portal G1.

Operação da PF

Além dos mandados de prisão contra Rivaldo e os irmãos Brazão, o STF também expediu mandados de busca e apreensão contra o delegado Giniton Lages, primeiro encarregado do caso.

Ele e o comissário Marco Antônio de Barros Pinto, que também atuava na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) são apontados pelas investigações como tendo ajudado a acobertar o crime.

Lages é mencionado como tendo desviado deliberadamente o curso das investigações, protegendo os mandantes do crime. Ele teria sido designado por Barbosa logo após o delito.

Ele também apresentou a tese de que os executores materiais, Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz, teriam agido motivados por ódio em relação às posições de Marielle.

Já Marco Antônio foi implicado em atuar juntamente com Giniton Lages para obstruir as investigações dos homicídios, protegendo os mandantes do crime.

A participação dele incluiu a direção estratégica da investigação para afastar a suspeita dos irmãos Brazão, utilizando-se de depoimentos falsos e outras manobras para desviar a atenção das autoridades.

Giniton Lages negou que tenha obstruído as investigações do caso e disse que realizou todas as diligências necessárias para a elucidação das mortes. E que o resultado desse trabalho é a prisão dos executores.

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