Cerca de 80% do desmatamento no Cerrado de MT foram feitos ilegalmente
Apesar de o número representar uma redução de pouco mais de 7% em relação ao período anterior, o que preocupa é a ilegalidade
atualizado
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Uma análise feita pelo Instituto Centro de Vida (ICV), com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que 80% do desmatamento do Cerrado em Mato Grosso foi realizado de forma ilegal entre agosto de 2021 e julho de 2022.
Conforme o levantamento, nesse período, o estado registrou 742 km² de desmatamento no bioma. “Apesar de o número representar uma redução de pouco mais de 7% em relação ao período anterior, o que preocupa é a ilegalidade”, explica a coordenadora do programa de Transparência Ambiental do ICV, Ana Paula Valdiones.
“A gente comparou os dados do Inpe com autorizações de desmatamento emitidas pelo órgão ambiental e pouco mais de 20% não tinha autorização. Foi um desmatamento ilegal”, explicou.
De acordo com Ana Paula Valdiones, quase um quarto do desmatamento está concentrado em três municípios: Cocalinho, Ribeirão Cascalheira e Paranatinga. “Isto demonstra que o desmatamento é concentrado e precisam de ações voltadas aos municípios prioritários ao combate ao desmatamento”, ressaltou.
Segundo ela, a maior parte do desmatamento no Mato Grosso ocorre em áreas de Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Caixa d’água do Brasil
De acordo com a coordenadora do Instituto Centro de Vida, entre agosto de 2021 e julho de 2022, mais de 10,5 mil km² do Cerrado brasileiro foram desmatados. Um aumento de 25% em relação ao período anterior.
Para Ana Paula, a situação é preocupante, já que o Cerrado é conhecido como caixa d’água do Brasil, porque abriga nascentes de importantes rios do Pantanal. Mas hoje esse bioma é o mais desprotegido em relação a outros, como a Amazônia, por exemplo.
O desmatamento do Cerrado acaba prejudicando a capacidade de manutenção hídrica da região com consequências negativas para a biodiversidade e para as pessoas.