Cerca de 50 espécies de peixes são achadas mortas em rio do Pantanal
Dados são de um levantamento realizado por pesquisadores do Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul
atualizado
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Um fenômeno ambiental, que pode estar ligado às queimadas dos últimos meses, tem causado a morte de peixes do Pantanal, no Mato Grosso do Sul.
De acordo com um levantamento realizado por pesquisadores do Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul), na última sexta-feira (12/2), cerca de 50 espécies de peixes foram encontradas mortas às margens do rio Miranda.
Especialistas explicam que o fenômeno, chamado de decoada, ocorre no período de subida das águas dos rios da região. O líquido chega até as áreas que ficaram secas antes do período chuvoso, causando redução no nível de oxigênio.
“Quando a água da calha dos rios entra na planície, processos de oxidação nesta matéria orgânica deixam as águas com pouco oxigênio dissolvido (condição de hipóxia) ou mesmo sem oxigênio (condição de anóxia), além de elevar os níveis de concentração de gás carbônico na água”, explicou o pesquisador Fernando Carvalho, ao portal G1.
Com a falta de oxigênio, os peixes morrem. As cinzas das queimadas de 2020 no Pantanal também influenciam na qualidade da água e na falta da substância para os animais, afirmou o pesquisador.
Em outubro de 2020, o Pantanal registrou um recorde de queimadas para a época do ano. O resultado foi o pior desde 1998, com 2.856 focos de incêndio durante o mês. Entre janeiro e outubro do ano passado, 21.115 ocorrências foram registradas na região.