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CEO da OceanGate morto em acidente no submarino ignorou alertas de segurança

Stockton Rush trocou e-mails com um especialista em exploração no alto mar e ignorou alertas feitos sobre o submarino Titan, que implodiu

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O CEO da OceanGate, Stockton Rush, um dos mortos na tragédia do submarino Titan desaparecido na expedição aos destroços do Titanic, ignorou, por diversas vezes, alertas sobre a segurança do submersível Titan.

As falas foram reveladas pela BBC em troca de e-mails entre Rush e o especialista em exploração no alto mar Rob McCallum. O expert insistia para que o uso do Titan fosse suspenso até que a máquina recebesse certificação de um órgão independente.

“Acho que você está potencialmente colocando a si mesmo e a seus clientes em uma dinâmica perigosa”, escreveu McCallum em 2018. Rush rebateu: “Estou cansado de gente da indústria que tenta usar argumentos de segurança para impedir a inovação.”

McCallum ainda relembrou a frase dita sobre o próprio Titanic, tido como um navio “inafundável”. “Imploro que tomem todo o cuidado em seus testes e testes no mar e sejam muito, muito conservadores. Por mais que eu aprecie o empreendedorismo e a inovação, você está potencialmente colocando todo um setor em risco”, ressaltou o especialista.

Stockton Rush admitiu que “a abordagem inovadora e focada em engenharia da OceanGate vai contra a ortodoxia de submersíveis, mas essa é a natureza da inovação”. A troca de mensagens foi interrompida com uma ameaça da empresa a processar Rob McCallum.

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Submarino usado na visita ao Titanic tinha capacidade para cinco pessoas em espaço apertado, o que poderia gerar sensação de claustrofobia
Destroços e pedaços da popa do navio Titanic, naufragado em 1912
A proa do Titanic permanece reconhecível após mais de 100 anos de naufrágio
O Titanic naufragado
Paul-Henry Nargeolet, Hamish Harding, Sulaiman Dawood, Shahzada Dawood e Stockton Rush: vítimas de acidente com submarino da OceanGate no Atlântico Norte, próximo aos destroços do Titanic
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O submarino levava cinco pessoas aos destroços do Titanic

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Submarino usado na visita ao Titanic tinha capacidade para cinco pessoas em espaço apertado, o que poderia gerar sensação de claustrofobia

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Destroços e pedaços da popa do navio Titanic, naufragado em 1912

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A proa do Titanic permanece reconhecível após mais de 100 anos de naufrágio

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O Titanic naufragado

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Paul-Henry Nargeolet, Hamish Harding, Sulaiman Dawood, Shahzada Dawood e Stockton Rush: vítimas de acidente com submarino da OceanGate no Atlântico Norte, próximo aos destroços do Titanic

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Stockton Rush, diretor-executivo e co-fundador da OceanGate

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O bilionário Hamish Harding está no submarino desaparecido

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Paul Henri Nargeolet é um renomado explorador francês

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Sulaiman e Shahzada Dawood, filho e pai paquistaneses

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“Implosão catastrófica”

A Guarda Costeira dos Estados Unidos (EUA) confirmou, nesta quinta-feira (22/6), a morte das cinco pessoas que estavam no submarino Titan, da empresa OceanGate. O veículo desapareceu no último domingo (18/6), em meio ao Oceano Atlântico, após fazer uma expedição até os destroços do navio Titanic, a cerca de 3,8 mil metros de profundidade.

O contra-almirante da Marinha americana John Mauger afirmou que cinco peças de destroços do submarino foram encontrados próximos ao Titanic, o que caracteriza uma “implosão catastrófica” do submarino.

Cinco pessoas fizeram parte da expedição:

  • Stockton Rush, diretor-executivo e co-fundador da OceanGate;
  • Hamish Harding, 58 anos, bilionário britânico dono da empresa de aviação Action Aviation;
  • Shahzada Dawood, empresário paquistanês e vice-presidente da Engro Corporation;
  • Sulaiman Dawood, filho de Shahzada Dawood; e
  • Paul-Henry Nargeolet, 77 anos, ex-comandante da Marinha Francesa e um dos principais especialistas no naufrágio do Titanic.

As equipes de busca encontraram destroços da cabine de pressão do submarino em 3 grandes pedaços. Após encontrar o primeiro detrito, que aparentava ser a parte externa da cabine onde os passageiros estavam a bordo, o porta-voz afirmou que essa foi “a primeira grande indicação de que houve um evento catastrófico”.

Quando uma segunda área de destroços com outro pedaço da cabine de pressão foi descoberta, as autoridades puderam confirmar que o submersível foi implodido com seus passageiros dentro.

“Um ROV descobriu uma parte do casco do submersível a cerca de 500 metros da proa do Titanic no fundo do oceano. Em seguida, o robô encontrou outros destroços”, descreveu John Mauger.

Os destroços foram localizados por um veículo operado remotamente (sigla em inglês, ROV), o robô francês modelo Victor 6000, que chega a grandes profundidades.

A viagem de vários dias até o local onde o Titanic naufragou custa dezenas de milhares de dólares e incluía um mergulho para observar os destroços do famoso navio. A descida e a subida levam cerca de oito horas.

O famoso naufrágio do navio fica a 3.800 metros, no fundo do Atlântico. Os restos da maior embarcação de sua época estão localizados a cerca de 600 km da costa de Newfoundland, no Canadá.

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