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Censo: 70% dos quilombolas estão em domicílios sem esgoto adequado

Novo recorte do Censo de 2022 divulgado pelo IBGE nesta sexta apresenta informações sobre domicílios em que residem quilombolas

atualizado

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1 de 1 quilombo em Pedro do Rosario - Metrópoles - Foto: Mario Tama/Getty Images

Mais de 70% das pessoas quilombolas residentes no Brasil vivem em domicílios sem acesso adequado ao esgotamento sanitário. Ao comparar o dado à população em geral, há uma diferença de cerca de 46 pontos percentuais, uma vez que nesse grupo pouco mais de 24% convivem com a situação.

É o que revelam dados do Censo de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (18/7). O recorte foca na alfabetização e característica dos domicílios, além de trazer informações sobre a distribuição espacial dessa população no território.

O grupo sem acesso a esgoto adequado inclui domicílios com destinação do esgoto para fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou outra forma. Além disso, há nesse segmento domicílios sem banheiro ou sanitário.

Uma parcela de 57,67% da população quilombola reside em domicílios em que o esgoto consiste no uso de fossa rudimentar ou buraco. Na população em geral, essa parcela é de 19,44%, ou seja, há uma diferença de mais de 38 pontos percentuais.

Do universo de 72,4 milhões domicílios particulares, 474 mil têm pelo menos um morador quilombola, o que corresponde a 0,66%. De acordo com o Censo 2022, o Brasil tem 1,32 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas.

Saneamento básico

Coletadas as informações do Censo 2022, o IBGE analisou características dos domicílios com pelo menos uma pessoa quilombola residente, como o acesso ao saneamento básico — que inclui os serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos e coleta de lixo. A análise usa critérios do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

O IBGE aponta que mais de 357 mil domicílios particulares permanentes onde residem cerca de 1 milhão de pessoas quilombolas convivem com ao menos um dos grupos de precariedade ou ausência de saneamento básico. A fatia corresponde a 78,93% dos moradores quilombolas, contra 27,28% da população em geral.

A análise ainda aponta que mais de 290 mil pessoas quilombolas (21,89%) residem em domicílios que conjugam as três situações de maior precariedade de saneamento básico, o que contempla os seguintes itens:

  • A principal forma de abastecimento de água utilizada se dá por rede geral de distribuição, poço, fonte, nascente ou mina encanada somente até o terreno ou não chega encanada, e aqueles em que, com ou sem encanamento, a água utilizada é proveniente de carro-pipa, água da chuva armazenada, rios, açudes, córregos, lagos, igarapés ou de outras formas não listadas anteriormente; e
  • Têm como destinação do esgoto fossa rudimentar, buraco, vala, rio, córrego, mar ou outra forma; e
  • O lixo não é coletado direta ou indiretamente por serviço de limpeza.

Na população residente no País, esse percentual baixa para 3% dos moradores, ou seja, 18,89 pontos percentuais a menos quando comparado com os moradores quilombolas.

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