metropoles.com

Censo 2022: pela 1ª vez, população parda supera a branca no Brasil

No Brasil, cerca de 92,1 milhões de pessoas se declaram pardas (45,3% da população) — crescimento de 11,9% em relação a 2010, segundo o IBGE

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Klaus Vedfelt/Getty
Imagem colorida de punhos cerrados de pessoas pretas, pardas, negras - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de punhos cerrados de pessoas pretas, pardas, negras - Metrópoles - Foto: Klaus Vedfelt/Getty

No Brasil, cerca de 92,1 milhões de pessoas — ou 45,3% da população brasileira — declaram-se pardas. Desde 1991, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a adotar as cinco categorias atuais (amarelos, brancos, indígenas, pardos e pretos), esta é a primeira vez que esse grupo étnico é maioria, ultrapassando o número de 88,2 milhões de brancos (43,5%). Os dados são do Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade, divulgado nesta sexta-feira (22/12). Em relação ao último Censo, de 2010, as pessoas pardas apresentam um crescimento de 11,9%.

Segundo o Censo, dos 203,1 milhões de brasileiros, 20,6 milhões se declaram pretos (10,2%), 1,7 milhão se dizem indígenas (0,8%) e 850,1 mil, amarelos (0,4%).

Entre 1991 e 2022, observa-se o aumento da declaração por pardos, pretos e indígenas, enquanto a proporção de brancos decresce e a população amarela mantém certa estabilidade, mas ainda apresenta queda.

No período de 2010 a 2022, a população preta cresceu 42,3%, passando de 14,5 milhões para 20,6 milhões. Ainda nesse intervalo, a população indígena aumentou 89%, de 896,9 mil para 1,7 milhão.

Por outro lado, a população amarela e a branca sofreu decréscimo de 59,2% e 3,1%, respectivamente. Saindo de 2,08 milhões para 850,1 mil de amarelos e passando de 91 milhões para 88,2 milhões de brancos.

De acordo com o IBGE, na coleta do Censo 2022 apenas 11.119 pessoas não declararam a pergunta de cor ou raça. O instituto não considerou as análises sem declaração.

Distribuição de raça por Região

O maior percentual de pardos (67,2%) está concentrado na Região Norte. Por outro lado, a Região Sul mostrou a maior proporção de brancos (72,6%) e o Nordeste registrou o maior percentual de pretos na população (13%). Norte e Sudeste têm mais indígenas e amarelos, respectivamente.

Crescimento em cada Região:

  • Norte
    – Amarelo: 0,2%
    – Branco: 20,7%
    – Indígena: 3,1%
    – Pardo: 67,2%
    – Preto: 8,8%
  • Nordeste
    – Amarelo: 0,1%
    – Branco: 26,7%
    – Indígena: 0,6%
    – Pardo: 59,6%
    – Preto: 13%
  • Sudeste
    – Amarelo: 0,7%
    – Branco: 49,9%
    – Indígena: 0,1%
    – Pardo: 38,7%
    – Preto: 10,6%
  • Sul
    – Amarelo: 0,4%
    – Branco: 72,6%
    – Indígena: 0,3%
    – Pardo: 21,7%
    – Preto: 5%
  • Centro-Oeste
    – Amarelo: 0,4%
    – Branco: 37%
    – Indígena: 1%
    – Pardo: 52,4%
    – Preto: 9,1%

Estados e municípios

Entre os estados, o maior percentual de pardos é do Pará (69,9%), a maior proporção de brancos está no Rio Grande do Sul (78,4%) e o maior percentual de pretos é da Bahia (22,4%). Amarelos têm maior proporção em São Paulo (1,2%). Já Roraima tem mais indígenas (15,4%).

A população parda é predominante em 3.245 municípios (ou 58,3% do total), seguida pela população branca em 2.283 (40%). Nenhum município tem população majoritariamente amarela. Mesmo correspondendo a menos de 1% da população total, os indígenas são o grupo predominante em 33 municípios. A população preta predomina em nove cidades.

Raça e idade

Entre 2010 e 2022, as populações preta, indígena e parda ganharam participação em todos os recortes etários, enquanto as populações branca e amarela perderam participação.

A idade mediana no Brasil é de 35 anos. Quando comparados os índices de raça e idade, a população amarela tem a idade média mais elevada (44 anos), seguida da população branca (37 anos), preta (36 anos), parda (32 anos) e indígena (25 anos).

O Censo 2022 indica que o maior índice de envelhecimento é o da população amarela (256,5). Logo depois vem a preta (108,3), branca (98), parda (60,6) e indígena (35,6). Todos os grupos apresentaram envelhecimento mais elevado em comparação com 2010.

Raça e sexo

No Brasil, há mais mulheres brancas, amarelas, pardas e indígenas que homens nos respectivos grupos. A população preta é a única em que o número de homens supera o de mulheres.

Quando o indicador de razão de sexo, que sinaliza a proporção de homens em relação às mulheres, é superior a 100, significa que nesse grupo existem mais homens do que mulheres. Caso contrário, há mais mulheres do que homens. No Brasil, essa razão é de 94,2.

Razão de sexo em 2022:

  • Amarelo: 89,2
  • Branco: 89,9
  • Indígena: 99,1
  • Pardo: 96,4
  • Preto: 103,9.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?