Censo 2022 contabilizou apenas 84% dos óbitos do sistema de saúde
Diferença entre os dados do IBGE e do Ministério da Saúde pode ser explicada por erros de memória dos respondentes
atualizado
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O Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), contabilizou menos números de óbitos do que o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Entre agosto de 2021 e julho de 2022, o total de óbitos no país foi de 1.326.138, de acordo com o Censo. Entretanto, esse número corresponde a 84% do registrado no sistema do Ministério da Saúde.
A diferença entre os dados, afirma o documento da pesquisa, pode ser explicada por alguns fatores, entre eles erros de memória dos respondentes.
“O menor número de óbitos declarados em relação aos óbitos registrados se origina nos possíveis erros de memória dos respondentes e ao fato de que não é possível captar óbitos ocorridos em domicílios unipessoais, que desaparecem após a morte de seu único morador. Por outro lado, é possível que, após a ocorrência do óbito, o domicílio seja desmembrado e que o mesmo óbito seja declarado mais de uma vez. Ao final, no entanto, o que se observa é um subdeclararão dos óbitos no Censo Demográfico”, diz o texto.
Apesar dessa alteração, a curva de óbitos por idade, ou seja, a distribuição relativa dos óbitos por faixa etária, contabilizados tanto no Censo quanto no SIM, é consistente entre os levantamentos.
Principais causas de morte dos jovens
Ainda de acordo com o Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira (25/10), as principais causas de morte entre jovens brasileiros, de 15 a 34 anos, são externas ou violentas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito. O levantamento ainda indica que, nessa faixa etária, o número de óbitos masculinos supera o número de mortes femininas.
“Entre o grupo de 15 a 19 até o grupo de 30 a 34 anos o maior número de óbitos masculinos em relação aos femininos está relacionado a uma quantidade maior de mortes por causas externas, ou violentas, que afetam menos as mulheres. Como exemplos, estão os acidentes de trânsito e homicídios”, explica Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE.